

Para o deputado petista Robinson Almeida, a lista divulgada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), revela que "há indícios gravíssimos de que os ministros investigados estejam envolvidos em condutas aberrantes". Ele afirma que o comportamento dos oito ministros “é incompatível com a ética e probidade públicas”. Segundo Almeida, os ministros “perderam a capacidade de atuação moral para o exercício dos cargos que ocupam”. Outro argumento exposto na representação é o de que mesmo que os fatos divulgados nas delações tivessem ocorrido quando os representados ainda não exerciam os cargos que hoje ocupam não haveria condição para que fiquem nos cargos. O deputado Afonso Florence sustenta que “as graves suspeitas tornam insustentável a permanência dos investigados à frente das pastas”, já que podem interferir no processo investigativo no âmbito da Operação Lava Jato. Florence lembrou que antes de Dilma Rousseff ser destituída em processo de impeachment, ela nomeou o ex-presidente Lula para o cargo de ministro, mas Gilmar Mendes, ministro do STF, deferiu liminar suspendendo a nomeação. “Se Lula, que à época nem era processado, teve sua nomeação vetada, como agora oito ministros sob investigação poderão permanecer no cargo?”, indagou o parlamentar.
A representação afirma que, por apresentar todas as condições para a continuidade dos delitos, os oito ministros podem afetar “todo e qualquer esforço para promover a moralidade do serviço público, primado dessa Comissão de Ética Pública”. Na representação, os dois deputados lembram que o próprio presidente Michel Temer, em recente entrevista, disse que alguns ministros podem deixar o governo voluntariamente, tendo em vista as revelações da empreiteira Odebrecht sobre recursos que teriam recebido em propinas ou de forma ilegal em campanhas eleitorais.
Reprodução: Jornal do Brasil


