

Quem não conseguia obter o dinheiro ficava aguardando o nascimento natural. Há relatos de mulheres que já estavam em trabalho de parto há vários dias, mas os médicos negavam a cesárea se não houvesse o pagamento. Foram identificados casos de sequelas em bebês por terem passado da data do parto e até mesmo o óbito de um recém-nascido.
Há provas de cobrança indevida há pelo menos 13 anos, que pode ter rendido mais de R$ 1,6 milhão aos dois médicos nesse período. Também eram cobrados outros procedimentos cobertos pelo SUS, como cauterização, aplicação de injeção e cirurgias.
Os dois médicos presos foram encaminhados à Penitenciária Modulada de Uruguaiana e responderão pelos crimes de corrupção, associação criminosa estelionato e realização de esterilização cirúrgica ilegal. Em depoimento à PF, ambos negaram ter cometido qualquer cobrança ilegal de serviços.
O advogado Paulo Rubim, que defende o obstetra Alfonso Aquim Vargas, disse que "por enquanto (não tem) nada a declarar, uma vez que ainda não tomamos conhecimento do inquérito". A advogada Andressa Toniolo Monteiro também disse que "ainda não há nada a declarar, uma vez que os advogados ainda não tiveram acesso aos autos" do indiciamento do médico José Solano Barreto de Oliveira.
Também foram indiciados uma funcionária de um dos médicos, que deve responder por participação em corrupção, e o anestesista, que é suspeito de corrupção e participação na esterilização cirúrgica ilegal.
Reprodução: Zero Hora


