A história da formação de Marau e Serafina Corrêa, no norte gaúcho, não se resume à influência dos imigrantes italianos. Quando os municípios nasceram, há mais de 50 anos, dois frigoríficos respondiam pela principal atividade econômica das comunidades. Hoje comandadas pela BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão e maior exportadora de carne de frango do país, as duas indústrias continuam sendo a maior fonte de renda e de empregos das localidades. O recente embargo europeu às unidades, juntamente com outras 18 plantas brasileiras, provoca apreensão proporcional à dependência econômica dos frigoríficos – que envolve milhares de funcionários, centenas de produtores rurais e serviços indiretos. Nos últimos dias, após a confirmação oficial do embargo pela Comissão Europeia, o ritmo de trabalho não foi alterado nas plantas gaúchas. O que se viu foram caminhões e contêineres parados dentro de indústrias e câmeras frias lotadas. Embora as exportações não se restringissem à Europa, o mercado respondia por boa parte dos embarques da carne de frango produzida pelos frigoríficos – em torno de 30%.
Fonte: Zero Hora