A empresária Juliana Garcia dos Santos, de 35 anos, que sobreviveu a uma tentativa de feminicídio cometida pelo então namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, falou publicamente pela primeira vez. O caso aconteceu dentro de um elevador em Natal (RN). Em apenas 36 segundos, Juliana recebeu 61 socos.
“Que ele soubesse que não deu certo, que eu estou viva”, declarou a vítima em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record.
O crime, registrado pelas câmeras de segurança do prédio, resultou na prisão em flagrante de Igor. Juliana teve quatro ossos do rosto quebrados e precisou passar por cirurgia de reconstrução facial.
“Eu não tenho opção a não ser forte”
Durante a entrevista, Juliana relatou que permaneceu no elevador para impedir que o agressor invadisse seu apartamento e destruísse seus pertences. Ao perceber que ele estava alterado e com comportamento agressivo, ela tomou uma decisão estratégica:
Fora do elevador não tinha câmera. Eu me recusei a sair porque sabia que ali, pelo menos, ficaria registrado. Inclusive, gesticulei para a câmera, apontando pra ela, esperando que a portaria entendesse que algo estava acontecendo”, contou.
A atitude pode ter sido fundamental para sua sobrevivência e para garantir a prisão do agressor. O ataque aconteceu do 16º andar ao térreo.
Relacionamento abusivo
Juliana descreveu o relacionamento, que durou quase dois anos, como tóxico e abusivo. Segundo ela, Igor demonstrava ciúmes excessivos e tinha comportamento controlador. “Era 11 numa escala de 0 a 10”, relatou.
Apesar das marcas físicas e emocionais, Juliana transforma sua dor em força:
“Eu não tenho opção a não ser forte. Meus olhos agredidos viraram símbolo de resistência. Sou uma mulher livre e cheia de sonhos.”