

— Em tese, o tribunal (TSE) tem cassado a chapa, mas ressalvado a inelegibilidade daquele que não teve participação (no ilícito) — afirmou Mendes.
Temer tem dito que não tem interesse em se candidatar em 2018, mas, no PMDB, as especulações crescem acerca de uma candidatura à reeleição. A defesa do presidente nega irregularidades e defende a separação das contas do PMDB e do PT no processo.
Gilmar Mendes admitiu, ainda, que a ameaça à estabilidade política do país pode pesar na decisão dos ministros no julgamento da chapa Dilma-Temer:
— Sempre se consideram essas questões. Não temos juízes de Marte. Temos juízes do Brasil e todas as circunstâncias levamos em conta.
ESTABILIDADE DO PAÍS PODE CONTAR EM JULGAMENTO DA CHAPA
Gilmar Mendes também voltou a defender a separação, perante a lei, do uso de caixa 2 com recursos oriundos de corrupção daquele com dinheiro de origem legal. Na sexta-feira, ele já havia dito que o caixa 2 precisa ser “desmistificado”. Durante a última semana, o tema voltou à pauta depois que ministros do Supremo Tribunal Federal, entre eles Gilmar, votaram por tornar réu o senador Valdir Raupp, acusado de receber propina em doações declaradas ao TSE. No entanto, em seu voto, Gilmar lançou dúvidas sobre a criminalização de doações eleitorais oficiais, mas foi a favor de receber a denúncia no caso do crime de corrupção passiva atribuído a Raupp.
No Congresso, a decisão provocou uma articulação de parlamentares para retomar a votação de uma anistia contra crimes cometidos por meio de financiamento eleitoral, inclusive o caixa 2. Para o presidente do TSE, não há motivo para se falar em anistia. Nesta segunda, ele se mostrou incomodado com o assédio dos jornalistas sobre o futuro do caixa 2 nas campanhas eleitorais.
— Este tema já está até cansativo — disse o ministro no início da entrevista coletiva.
Gilmar Mendes esteve em São Paulo para o lançamento de uma campanha nacional de incentivo ao cadastro da biometria dos eleitores para a eleição de 2018. Atualmente, cerca de 50 milhões de brasileiros votam por meio da biometria. A meta do TSE é que esse número chegue a 80 milhões até maio do ano que vem.
Reprodução: O Globo


