
Novo ministro da articulação política do governo, Carlos Marun admitiu, nesta terça-feira, que o governo está condicionando a liberação de financiamentos na Caixa Econômica Federal, pedidos por governadores, a apoios pela aprovação da reforma da Previdência. Marun negou que esteja chantageando governadores e chamou a ofensiva de "ação de governo". ‘O que afeta PIB é a aprovação da Previdência’, diz Meirelles. O ministro admitiu ainda que aqueles governadores que não colaborarem poderão ter maior dificuldade na liberação desses empréstimos. Marun disse esperar "reciprocidade" dos Estados, com votos a favor da reforma previdenciária. A Previdência registra rombo crescente: gastos saltaram de 0,3% do PIB, em 1997, para projetados 2,7%, em 2017. Em 2016, o déficit do INSS chega aos R$ 149,2 bilhões (2,3% do PIB) e em 2017, está estimado em R$ 181,2 bilhões. Os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter mais idosos, e os jovens, que sustentam o regime, diminuirão. O ministro afirmou ainda ser justo pedir essa "reciprocidade" aos governadores, já que os parlamentares de cada Estado serão beneficiados eleitoralmente pelos recursos que vierem a ser liberados via financiamento. Marun se reuniu com o presidente Michel Temer na tarde desta terça-feira e afirmou que explicou ao presidente o motivo de tanto otimismo em relação à aprovação da Previdência. O ministro disse ainda que se reunirá, nesta quarta-feira, com Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e que o relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), também será convidado.
Reprodução: O Globo
da Redação



