

Segundo Jacomelis, suspeito e vítima faziam parte de um mesmo grupo e começaram a discutir sobre camisas de time de futebol, quando o detido começou a fazer ofensas de cunho racial. “O autor começa a ofender ele [vítima] sempre nesse sentido, usando a questão racial para ofendê-lo. Ele chega ao ponto de imitar um macaco”, afirmou.
Cinco áudios mostram as ofensas de cunho racial divulgadas no grupo:
“Tomar no seu c***, preto filho de uma p***, volta para a senzala, otário”
“Preto desgraçado, tinha que estar em uma senzala apanhando de chicote”
“Tem que voltar para senzala e tomar um banho, preto fedido. Tem que apanhar e muito nessa cara preta sua, seu preto fedido. Preto, macaco”
“Uh, uh, ah, ah, uh, uh, ah. Macaco”
“Macaco, macaco. Chiclete de onça”
Defesa
Ainda conforme o delegado, ao ser abordado por policiais civis, o suspeito alegou que estava de cabeça quente e se arrependeu. Se for condenado, ele pode ficar preso por até quatro anos, já que as ofensas ocorreram em meio a várias pessoas.
Procurado pelo G1, o advogado do detido, Robson Neves Canedo, informou que o suspeito também é negro e que conhece a vítima há anos. Ele afirmou que a conversa ocorreu por causa da intimidade entre os dois.
“O acusado e a suposta vítima fazem parte de um grupo de Whatsapp criado entre jogadores de futebol amadores e são amigos desde a infância. Tais áudios foram gravados em decorrência da liberdade que ambos possuíam um com o outro, haja vista o tempo de amizade”, afirmou.
O defensor ressaltou que “as agressões verbais foram recíprocas, haja vista, em outra oportunidade, o acusado também ter sido vítima de ofensas por parte do amigo”, pontuou.
Reprodução/G1


