

“Eu vou nessa briga até o fim. Eu não tenho negociata. Eles vão ter que provar”, disse o ex-presidente no encerramento do seminário “O que a Lava Jato fez pelo Brasil” organizado pelo PT em São Paulo nesta sexta.
“Pode ter certeza que eu vou brigar até as últimas consequências”, acrescentou. “Se eles querem pegar o Lula, arrumem motivos ou provas, mas não destruam o Brasil.”
Lula é réu em três ações da Lava Jato, duas delas sob responsabilidade de Moro, a quem a defesa do ex-presidente acusa de parcialidade e de ser suspeito para julgar o petista.
Em uma delas, Lula é acusado de receber propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e no pagamento de armazenamento de seus bens pessoais.
Na outra, é acusado pelo Ministério Público Federal de receber vantagens indevidas da Odebrecht na forma de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao que mora em São Bernardo do Campo.
O terceiro processo em que o ex-presidente é réu na Lava Jato tramita na Justiça Federal do Distrito Federal e, nesse caso, Lula responde a acusação de tentar obstruir as investigações da operação.
“Nem o Moro, nem o Dallagnol, nem nenhum deles, tem a honestidade e a lisura que eu tenho nos meus 70 anos de vida”, disse Lula em seu discurso.
“A Lava Jato pode agir como quer, pode vazar para quem quiser. Nem no regime militar eu vi isso”, disse. “A gente não pode deixar de aprovar a lei de abuso de autoridade porque ninguém está acima da lei.”
Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que trata do assunto e que é alvo de críticas de Moro e de membros da força-tarefa da Lava Jato que veem na iniciativa legislativa uma tentativa de intimidar promotores e magistrados. Membros da força-tarefa já chegaram a anunciar que renunciariam se a medida fosse adotada.
Além da Lava Jato, Lula também é réu em outras duas ações penais.
Em uma delas, ligada à operação Zelotes, o ex-presidente é acusado de tráfico de influência na aprovação de uma medida provisória que teria beneficiado o setor automotivo e na decisão pelo governo brasileiro de comprar caças suecos.
Na outra, ligada à operação Janus, também é acusado de tráfico de influência, dessa vez para ajudar a Odebrecht a obter contratos em Angola.
Reprodução: Exame


