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Noruega investiga propina em contratos com Petrobras

Os implicados são a Sevan Drilling e seu executivo Jan Erik Tveteraas, num processo que caminha para sua conclusão.

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Três anos depois de abrir investigações, a Procuradoria-Geral da Noruega fecha o cerco contra uma empresa e um executivo do país em razão de um suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Os implicados são a Sevan Drilling e seu executivo Jan Erik Tveteraas, num processo que caminha para sua conclusão.

Documentos do Tribunal Federal da Suíça obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que a suspeita é de que empresas norueguesas teriam pago, de 2007 a 2011, US$ 14 milhões em "honorários" a operadores que transferiram o dinheiro para contas na Suíça.

A Suíça, pela decisão dos juízes federais, aceitou repassar os extratos bancários aos investigadores noruegueses. A esperança da procuradoria é de que, com as informações da Suíça, o caso possa ser concluído e que ele vá para a Corte antes de meados do ano.

As investigações na Noruega foram iniciadas em 2015. Naquele momento, as empresas Sevan Marine e o executivo Arne Smedal também estavam sob suspeita. Desde o ano passado, porém, esses casos foram encerrados e a acusação, agora, se refere diretamente ao executivo Jan Erik Tveteraas e a companhia Sevan Drilling.

As duas empresas, Sevan Marine e Sevan Drilling, eram especializadas em exploração de petróleo em alto-mar, com representação no Rio. Quando a Operação Lava Jato começou, a sede da empresa em Oslo solicitou que o escritório Selmer realizasse uma auditoria interna.

O resultado apontou que era "mais provável que pagamentos ilegais tenham sido feitos para garantir contratos com a Petrobras" para a compra de instalações para estocagem e navios, além de material para perfuração das subsidiárias Sevan Drilling e Sevan Brasil. "Tais atos podem potencialmente representar um crime financeiro", indicou a auditoria.

O jornal teve acesso a trechos confidenciais da investigação interna da empresa que apontou que, no total, 300 milhões de coroas norueguesas (R$ 141 milhões) podem ter sido enviados para contas na Suíça, nas Ilhas Virgens Britânicas, no Panamá e em Mônaco. A suspeita é de que parte importante desse dinheiro tenha sido usada para corromper a ex-direção da Petrobras. Agora, a acusação que pesa sobre Tveteraas e a Sevan Drilling é de que teriam de fato usado de propinas para garantir contratos no Brasil.

Estadão // AO