

O empresário foi alvo de um mandado de condução coercitiva, nesta segunda-feira, pela Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos principais fundos de pensão do país.
A primeira prisão de Léo Pinheiro ocorreu durante a 7ª fase da Lava Jato, em novembro de 2014. Ele foi condenado a mais de 16 anos de prisão por organização criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e ainda responde a outros processos ligados à Lava Jato. Léo Pinheiro passou por prisão domiciliar e até esta segunda-feira estava em liberdade provisória.
O advogado Edward de Carvalho, que representa o empresário, disse que está analisando os autos e que, por enquanto, não vai se manifestar sobre a prisão. Ele também relatou que vai entrar com um pedido de habeas corpus.
Léo Pinheiro fará ainda nesta segunda-feira exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) da capital paranaense. O procedimento é padrão e ocorre após a prisão.
[Empresário chegou por volta das 15h em um carro descaracterizado à PF em Curitiba (Foto: Reprodução/ RPC)] Empresário chegou por volta das 15h em um carro descaracterizado à PF em Curitiba (Foto: Reprodução/ RPC)
Outras suspeitas
No despacho que decretou a prisão de Léo Pinheiro, Sérgio Moro destacou que tramitam ainda diversas investigações perante a Justiça do Paraná e perante o Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo supostas irregularidades de Léo Pinheiro, especialmente relativas a pagamentos de propinas a agentes públicos e políticos.
Entre elas, a investigação envolvendo suposto pagamento de vantagem indevida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela OAS, com supervisão direta de José Adelmário Pinheiro Filho, na forma de entrega e reforma de apartamento triplex em empreendimento imobiliário. O ex-presidente Lula nega as acusações.
Trabalhos na CPMI
Ao decidir pela prisão, Moro afirmou ainda que há provas, em cognição sumária, de que Léo Pinheiro teria ordenado o pagamento de propina ao ex-senador Gim Argello para obstrução dos trabalhos de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014. De acordo com o juiz, foram acertados R$ 5 milhões e, em princípio, foi rastreado documentalmente o pagamento de R$ 350 mil.
Em 28 de agosto, Gim Argello foi interrogado pelo juzi Sérgio Moro e negou ter pedido propina para barrar convocações de empreiteiros investigados na Lava Jato na CPMI. O ex-senador está preso desde abril deste ano, quando a 28ª fase da Lava Jato foi deflagrada.
O juiz disse que o ex-presidente da OAS também coordenou juntamente com Júlio Camargo, colaborador da Lava Jato, ação conjunta entre as empreiteiras envolvidas no esquema criminoso na Petrobras para pagamentos de propina com o intuito de obstruir os trabalhos da CPMI.
"O pagamento de propina a parlamentar federal para impedir o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito é um claro ato de obstrução à investigação e é um indicativo de que há risco às instruções e investigações pendentes perante este Juízo e perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal em relação às condutas de José Adelmário Pinheiro Filho".
Fonte: G1 – Paraná


