Mulher morta pelo Comando Vermelho
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A facção carioca Comando Vermelho (CV) fincou uma bandeira sobre uma caixa d’água no Município de Saboeiro, no interior do Ceará, logo após a morte da cozinheira Antônia Ione Rodrigues da Silva, conhecida como Bira. O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou quatro homens pela participação no homicídio.

De acordo com investigações, a facção colocou a bandeira no local como uma “assinatura do crime” e também como um recado de intimidação à população: qualquer pessoa que repassasse informações à polícia seria morta.

Antônia Ione, de 45 anos, foi assassinada a tiros na madrugada de 18 de outubro, no Distrito Flamengo, em Saboeiro. As investigações apontam que o Comando Vermelho decretou sua morte porque suspeitava que ela fosse “amiga da Polícia”. A vítima já havia recebido ameaças de integrantes da facção. Criminosos acreditavam que ela tinha o hábito de informar à Polícia Militar sobre ações de faccionados.

Um adolescente suspeito de integrar o CV afirmou à Polícia Civil que Bira o filmou em uma festa e disse que enviaria o vídeo à polícia, o que teria provocado conflito entre eles. Ele negou participação no crime e acabou liberado pela Polícia Militar. Porém, em relatório posterior, a Polícia Civil desmentiu a versão do jovem e afirmou que ele participou ativamente do homicídio, apesar de ter dito o contrário.

Investigação

A vítima trabalhava como cozinheira da Polícia Militar de Saboeiro até o fim de 2024. Por causa disso, segundo o inquérito, membros da facção tentaram convencê-la a envenenar policiais militares. A mulher, no entanto, teria recusado.

Horas após o crime, a Polícia Militar prendeu em flagrante João Paulo Benício de Freitas, de 21 anos, e Salomão de Freitas Coelho, de 20 anos, ambos primos. Eles estavam na casa de um familiar, onde os policiais apreenderam um facão que pode ter sido usado na ação.

O avanço das investigações levou a mais dois suspeitos: Zaqueu Freitas Coelho, irmão de Salomão, e Luís Saraiva de Freitas. Segundo a Polícia Civil, os quatro planejaram o assassinato em um bar no Distrito Flamengo, poucas horas antes da execução.

O Ministério Público do Ceará denunciou os quatro homens por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima, e por integração em organização criminosa.