Foto: Reprodução/Internet
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Você piscou, o ano acabou e o verão chegou. Ou quase. A nova estação começa em dois dias e, aqui no hemisfério sul, segue até 20 de março. Serão meses de temperaturas mais altas, férias, passeios e mudanças na rotina da casa. Junto com tudo isso, vem um alerta importante: durante o verão, é preciso redobrar a atenção com os pets.

O período traz riscos à saúde dos animais que, se não forem observados, podem evoluir para quadros graves e até levar à morte. Entre os principais problemas estão a desidratação, queimaduras na pele e doenças como a leishmaniose, que costuma se intensificar no verão e, sem tratamento rápido, pode ser fatal.

A confeiteira Eliana Patury viveu essa preocupação de perto. Ela é tutora de Duke, um shih-tzu de 2 anos e 4 meses, que apresentou um quadro de dermatite durante o último verão, provocado pelo calor. Segundo Eliana, os primeiros sinais apareceram na pele.

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal


“Ele começou a ficar com manchas avermelhadas e se coçava bastante. Fiquei com medo de agravar a situação e busquei logo o veterinário”, conta.

O tratamento incluiu o uso de shampoo medicamentoso, banhos regulares e a aplicação de um creme hidratante específico. Quando o quadro de pele começou a melhorar, Duke ainda desenvolveu uma otite, inflamação no ouvido, o que exigiu novos medicamentos até a recuperação completa do animal.

Especialistas ouvidos pela reportagem explicam que as altas temperaturas, associadas ao aumento da umidade, criam o cenário ideal para o surgimento de doenças. Elas vão desde problemas de pele, como o enfrentado por Duke, até situações mais graves, como o golpe de calor, considerado uma emergência veterinária que pode levar o animal à morte se não houver atendimento imediato.

Principais problemas

Entre as ocorrências mais comuns nesta época estão as doenças transmitidas por carrapatos, como a ehrlichiose, além da leishmaniose, especialmente em regiões onde o mosquito-palha é endêmico. O calor e a umidade também favorecem dermatites, infecções de pele, como a piodermite bacteriana, e otites, muito frequentes quando há aumento da quantidade de banhos e secagem inadequada dos ouvidos.

Somam-se a esses riscos a desidratação e as gastroenterites, que costumam surgir após a ingestão de alimentos inadequados ou estragados, como restos de churrasco e comida humana.

Os riscos não são iguais para todos os animais. De forma geral, os cães ficam mais expostos do que os gatos, principalmente por frequentarem ambientes externos. O médico-veterinário Vitor Mattos faz um alerta. “Sem os cuidados adequados e o acompanhamento veterinário, essas condições podem evoluir para quadros graves e, dependendo da situação, levar o animal à morte”, afirma.

Riscos invisíveis


Ele destaca ainda que os cães sofrem mais no verão do que os gatos e que raças braquicefálicas, como o shih-tzu, “exigem atenção redobrada por conta das características fisiológicas, especialmente em relação ao calor e ao esforço físico”.

A boa notícia é que a maioria desses problemas pode ser evitada com medidas simples de prevenção. E não é preciso muito para fazer a sua parte e proteger seu pet. E também o bolso, já que os tratamentos costumam ser caros. A gente sabe.

A prevenção começa com o controle rigoroso de carrapatos, pulgas e mosquitos, por meio do uso regular de antiparasitários.


“Em regiões com maior presença de mosquitos, o uso de repelentes próprios para pets é um aliado importante na prevenção da leishmaniose”, orienta o veterinário. Também é fundamental evitar passeios nos horários mais quentes do dia, garantir água fresca à vontade, oferecer sombra e manter os ambientes bem ventilados. E nunca deixar o animal dentro de carros fechados.”

O especialista lembra ainda que, após os banhos, é essencial secar bem o animal, principalmente os ouvidos, para reduzir o risco de otites e problemas de pele.


“Na alimentação, deve-se evitar restos de comida humana e mudanças bruscas na dieta. O acompanhamento veterinário regular é essencial para a prevenção e o diagnóstico precoce.”

Sinais de alerta

Os sinais variam de acordo com a doença, mas alguns sintomas exigem atenção imediata. Apatia, febre, perda de apetite e sangramentos podem indicar doenças transmitidas por carrapatos.
“Já o golpe de calor se manifesta com respiração ofegante intensa, salivação excessiva, fraqueza, aumento da temperatura corporal e até colapso, situação que exige atendimento veterinário imediato”, explica.

Com a chegada do verão, o recado é simples: atenção, prevenção e cuidado diário. Com pequenas mudanças na rotina, é possível garantir que seu pet esteja bem e pronto para aproveitar a estação ao seu lado.