Os últimos dias têm sido diferentes por aqui. Um frio fora do comum tomou conta de Salvador, e junto com ele, veio uma mudança no ritmo, no humor, nos pensamentos.
Não é raro que, em dias mais frios, as pessoas se sintam mais introspectivas. O tempo nublado, a preguiça que aparece sem aviso, aquela vontade de ficar mais quieta, mais recolhida. E isso não precisa ser ruim. Muitas vezes, o corpo pede essa pausa, e a mente também. E falemos a verdade, muitas vezes nem damos a devida importância ao silêncio.
Mas é verdade que esse frio também pode trazer à tona uma sensação de tristeza ou solidão. E aí vale parar e se perguntar: como eu lido com os momentos em que estou só?
A solidão nem sempre é sinal de falta. Às vezes, é um espaço para estar com quem você mais precisa: você mesma. Estar só pode ser um tempo de reconexão. Um momento para fazer o que você gosta, no seu ritmo, sem precisar e sem querer dar conta de tudo ou de todos.
Nesses dias então pode ser bom se permitir à momentos em casa, assistir algo leve, ouvir uma música que te faça bem, cozinhar (ou tentar rs) algo gostoso, escrever o que está sentindo. Coisas simples, mas que ajudam a se sentir presente e acolhida.
A ideia não é romantizar o frio ou a solidão, longe de mim, mas entender que eles também podem ser parte do processo de se cuidar. Nem sempre estaremos animadas, produtivas ou rodeadas de gente – e tudo bem.
Aproveite esse tempo para reflexões internas, com carinho. Não esqueça de cuidar de você com gentileza. E lembre-se: estar só não significa estar mal. Às vezes, é só o corpo e a alma pedindo um tempo de pausa. E esse tempo, é mais que necessário e precioso.
*Nili Brito – Psicóloga Clínica (CRP 03/12433), pós-graduada em Psicologia Hospitalar, pesquisadora das relações e do amor, onde o seu trabalho nas redes sociais enfatiza uma psicologia humanizada, de fácil entendimento e acesso à população, dando ao sujeito sua principal importância e não apenas ao seu sintoma.