Fotos: Rosinei Coutinho/STF, Gustavo Moreno/STF, Antonio Augusto/STF, Victor Piemonte/STF e Luiz Silveira/STF
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O policial federal baiano Wladimir Matos Soares, de 54 anos, foi condenado a 21 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. A ação penal foi julgada nesta terça-feira (18), pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O agente é um dos nove “kids pretos” condenados do Núcleo 3.

A trama denominada “Punhal Verde Amarelo” planejava ações violentas contra autoridades, incluindo o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes (STF). Conforme a investigação, o objetivo era manter o ex-presidente Jair Bolsonaro na Presidência.

De acordo com o STF, dos 21 anos de pena privativa de liberdade, Wladimir terá de cumprir 18 anos e seis meses de reclusão e dois anos e seis meses de detenção. O regime inicial é fechado. A Corte também determinou 120 “dias-multa” (cada dia-multa no valor de um salário mínimo à época dos fatos).

Ainda sobre os efeitos da condenação, o Supremo Tribunal Federal informou que o condenado também teve decretada a perda do cargo público de agente da Polícia Federal.

Wladimir Matos Soares está preso desde novembro de 2024. As investigações da Polícia Federal indicavam que o agente baiano teria vazado informações sobre a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a transição de governo.

Militares condenados

Além do policial Wladimir Matos Soares, foram condenados Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército; Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército; Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército; Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército; Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército; Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército; Márcio Nunes de Resende Jr., coronel do Exército; e Ronald Ferreira de Araújo Jr., tenente-coronel do Exército.

De acordo com o STF, aos militares com pena superior a dois anos, o Superior Tribunal Militar (STM) será comunicado para analisar a Declaração de Indignidade para o Oficialato, que pode levar à perda do posto e da patente militar.

A comunicação será feita após o encerramento da ação e o esgotamento de todos os recursos (trânsito em julgado). Outro efeito da condenação é a inelegibilidade de todos os réus desde o julgamento até oito anos depois do cumprimento da pena. 

Núcleos, Bolsonaro e próximos passos

Antes do Núcleo 3, foram julgados e condenados 15 réus: oito do Núcleo 1, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete ex-integrantes de seu governo, e  sete do Núcleo 4. 

O julgamento do Núcleo 2, com mais seis réus, está  marcado para começar em 9 de dezembro. Em relação ao Núcleo 5, integrado unicamente pelo empresário Paulo Figueiredo, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda não foi apreciada.   

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