A tradição centenária de queimar o boneco de Judas atravessa gerações e culturas. Um ato, que inicialmente se origina na religião católica, hoje se transformou em uma manifestação cultural de vários estados brasileiros, sobretudo, na Bahia. A prática é bastante comum em bairros e também no interior do estado.
De acordo com a tradição cristã, o discípulo de Jesus Cristo, Judas Escariotes, o entregou para os soldados em troca de 30 moedas em um sábado. Depois disso, a tradição conta que Jesus foi preso, crucificado e morto. Judas, então, resolve se enforcar em uma árvore depois de ser tomado pelo sentimento de traição.
Origem e preparação de Judas
A prática tem origem medieval, especificamente em países europeus como Portugal e Espanha, e foi trazida para o Brasil e outros países latino-americanos durante a colonização. Com o passar do tempo, a tradição foi incorporada aos festejos da Semana Santa e foi agregando novos significados conforme a região em que é feita.
Tudo começa com a preparação do boneco, geralmente feito de trapos de tecido e papel, que representa Judas. Em seguida, o boneco é pendurado em espaços públicos e a comunidade se une em torno da representação para xingar, espancar e, por fim, fazer a queima.
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Significados e Ressignificados
Originalmente a queima de Judas tem significado religioso: punir simbolicamente o discípulo que entregou Jesus aos romanos. Porém, com o passar do tempo e com a mistura de variadas culturas espalhadas no mundo, a prática foi ganhando novos significados.
Em algumas cidades e bairros a tradição ganhou cunho político e social. Em muitas comunidades, populares costumam colocar imagens de figuras públicas, políticos e autoridades que causaram revolta popular. Em alguns casos, os moradores costumam a colocar, ao lado do boneco, textos e mensagens que “explicam” o motivo da queima daquela personalidade.
Cultura popular e folclórica
A tradição ultrapassou o significado religioso. Em algumas cidades e regiões, a Queima de Judas se transformou em uma oportunidade de reunir a comunidade para participar de concursos que elegem qual o Judas mais criativo e, no final, tem até premiação.
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