Violação de direitos

Sem água e comida para detentos na cidade de Cipó, MP-BA ajuíza ação contra estado

A água servida é buscada pelos servidores em um poço artesiano localizado no Povoado Brejinho

Foto: Reprodução/Google Maps
Foto: Reprodução/Google Maps

Uma ação civil foi ajuizada pelo Ministério Público (MP-BA) contra o estado da Bahia nesta terça-feira (4). A medida se deu após denuncias da falta de água e comida para presos que estão custodidos da delegacia da cidade de Cipó, a 256 km de Salvador. De acordo com o órgão, os familiares de cada detento têm que levar os alimentos.

De acordo com o que divulgou o MP-BA, durante vistoria realizada foi constatado que os presos custodiados não recebem alimentação nem água potável fornecidas pelo poder público.

Água de poço

A água servida na unidade é buscada pelos servidores em um poço artesiano localizado no Povoado Brejinho. O promotor de Justiça Tarcísio Logrado de Almeida, à frente da ação civil, ressaltou que foram expedidos ofícios à Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).

O Município de Cipó também foi acionado para que, junto a SEAP, regularizem o fornecimento de água e alimentação, além da transferência dos nove custodiados que aguardam vaga no sistema prisional, mas não obteve retorno das demandas.

“A média de permanência dos presos na unidade é de 60 dias, período em que as famílias ficam responsáveis pela alimentação e os policiais civis precisam buscar água para consumo e uso diário, sem garantia de potabilidade”, destacou o promotor de Justiça.

Ainda segundo o promotor, a precariedade do local expõe não apenas os custodiados, mas também os policiais civis, “que têm sido desviados de suas funções de investigação para cuidar da custódia e subsistência dos presos, situação que compromete a segurança e o funcionamento da unidade policial”.