Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Nos últimos tempos, a taxação de 50% proposta pelo governo dos Estados Unidos da América (EUA) nos produtos brasileiros repercutiu intensamente e, diante de uma análise do contexto, é perceptível que teremos impactos no comércio, na indústria e na economia brasileira. Essa restrição severa ao mercado americano, destacada por uma tarifa de 50%, inviabiliza a exportação de vários produtos brasileiros.

Quando os EUA optam por aumentar impostos, isso pode provocar uma reação em cadeia. Empresas que operam internacionalmente podem elevar os preços de seus produtos e serviços para compensar custos mais altos, impactando os preços de importação no Brasil. Isso, por sua vez, pode elevar o custo de bens consumidos pelos brasileiros, desde eletrônicos até produtos agrícolas, dependendo das taxações específicas e dos setores afetados.

Além disso, as mudanças tributárias nos EUA podem alterar o fluxo de investimentos estrangeiros. Se os impostos aumentarem significativamente, empresas podem buscar reduzir suas operações no país e procurar ambientes mais favoráveis; ou tentar repassar parte dos custos para filiais no Brasil, impactando a rentabilidade e os investimentos locais.

Nesse contexto, há risco de impacto nas cadeias globais, pois empresas que produzem no Brasil para exportar podem sair do país ou reduzir operações. Além da queda nas exportações, a possibilidade de desemprego e fechamento de empresas também não é descartada como consequência.

Sobre a inflação e o câmbio, teremos menos dólares no país e nossa moeda tende a ser desvalorizada, o que gerará o encarecimento das importações. Os riscos incluem alta de preços, inflação, menos emprego, redução da renda e diminuição na variedade de produtos. Em meio a este cenário, cabe ao governo brasileiro reagir com diplomacia, buscar novos acordos e ampliar parcerias fora do eixo EUA.

Em linhas gerais, a taxação de 50% representa um baque no comércio, mas isso não é o fim. Na qualidade de contador e empreendedor, observo que esse cenário nos impulsionará para a diversificação de mercados, inovação e fortalecimento de parcerias globais, transformando desafios em oportunidades.

*André Luis Barbosa (Dedeko) é contador, empresário, professor, vice-presidente técnico do Conselho Regional de Contabilidade do Estado da Bahia.