
O cantor Bell Marques, terceira atração do Festival Virada Salvador nesta terça-feira (30), falou sobre a retomada de projetos ligados ao verão e ao pré-Carnaval e avaliou o momento vivido pela Axé Music. O artista afirmou que esse movimento tende a acontecer de forma coletiva.
“Os projetos da Axé Music que aconteciam, eles todos vão retomar, não é somente eu. Existe um ciclo que você acaba rodando com ele, onde as pessoas voltam a se adaptar”, declarou.
Bell relembrou que, no passado, a música produzida na Bahia tinha como principal característica refrões construídos de forma coletiva. Dessa forma, havia a participação de diferentes vozes e elementos durante a gravação. Segundo ele, “tinha alguém levantando a mão e batendo uma palma, e a música continuava alegre”.
Ainda de acordo com o artista, esse contato foi se perdendo ao longo do tempo, o que acabou influenciando o caminho seguido pelos compositores.
“Depois, nós fomos perdendo esse contato e fomos direcionando a nossa música para outro caminho. E os compositores, obviamente vendo isso, foram seguindo esse caminho”, afirmou.
O cantor destacou que o resgate do chamado “movimento de mão” já pode ser percebido em trabalhos recentes, como Coração Grandão e Que Calor é Esse, músicas lançadas pelo artista.
Bell Marques também ressaltou o papel fundamental dos compositores para o fortalecimento da música baiana.
“Os responsáveis pelos projetos todos de música da Bahia são os compositores. Tem muito compositor no anonimato que é o grande responsável pelos grandes sucessos que a Bahia colocou para o mundo”, afirmou.
Para ele, o retorno a uma sonoridade mais simples e contagiante já está em curso. O artista também se mostrou confiante na retomada dos projetos e no fortalecimento do gênero. Além disso, destacou a importância da união entre os artistas.
“Eu não posso fazer sucesso sozinho, Duval não pode fazer sucesso sozinho. Nós precisamos de muitos artistas para voltar a sermos o que éramos antigamente, uma das músicas mais desejadas. A rota mais desejada da música era a música baiana”, concluiu.


