O empresário Lucas Queiroz Abud, herdeiro de um grupo familiar com ativos no Brasil e no exterior, voltou a ser protagonista de mais uma disputa milionária contra o próprio irmão, Gabriel Queiroz Abud. Depois de um embate judicial envolvendo o iate “Big Aron”, avaliado em R$ 26 milhões, o novo capítulo da contenda gira em torno de um BMW 745 Hybrid, estimado em R$ 510 mil, que Gabriel afirma ser de sua propriedade.
Segundo a ação que tramita na 8ª Vara Cível e Comercial de Salvador, Lucas é acusado de reter o veículo de forma indevida, deixar de pagar parcelas e tributos e usar o carro sem autorização — o que teria provocado execuções fiscais e restrições de crédito em nome do irmão. O processo ao qual o PS Notícias teve acesso inclui pedidos de busca e apreensão, indenização e cobrança de aluguel diário pelo uso do automóvel.
“Lucas usufruiu do veículo sem qualquer contraprestação, enriquecendo-se ilicitamente e causando prejuízos ao legítimo proprietário”, afirma trecho da petição inicial.
De acordo com os autos, o BMW foi entregue a Lucas “por confiança familiar”, mas o relacionamento entre os irmãos se deteriorou após uma série de desentendimentos societários e disputas por bens. Gabriel sustenta que o irmão resiste a devolver o carro mesmo após notificação judicial, o que, segundo ele, demonstra má-fé e tentativa de se beneficiar pessoalmente do patrimônio comum.
A juíza Itana Eça Menezes de Luna Rezende rejeitou o pedido liminar de Lucas para manter a posse do veículo como depositário judicial, entendendo não haver provas de que ele tivesse direito sobre o bem. O caso agora segue para fase de instrução, com novas provas e oitivas de testemunhas.
A disputa, porém, não é isolada. Em outro processo, uma interpelação judicial na 1ª Vara Cível de Salvador formalizou o pedido de devolução do mesmo carro e apontou inadimplência tributária atribuída a Lucas. Além disso, documentos judiciais citam uma transferência irregular de uma embarcação internacional, o “M/Y Business Stinks”, da empresa familiar CMAX Holdings Ltd. para uma companhia controlada por ele, Roxia, sem consentimento do irmão.
O episódio soma-se à já extensa lista de litígios entre os Abud, que incluem o rumoroso caso do iate “Big Aron”, arrematado em leilão da Receita Federal por R$ 8,5 milhões e cuja venda teria sido bloqueada judicialmente após disputa entre os irmãos — conforme revelou o BP Money.
Com histórico de contendas envolvendo bens de luxo e herança familiar, Lucas Abud se vê novamente em meio a acusações de apropriação indevida e uso indevido de patrimônio, em uma sequência de processos que revelam uma relação marcada por desconfiança, disputas financeiras e tentativas de controle sobre o acervo da família.