
A banda carioca Planet Hemp iniciou neste sábado (13), em Salvador, a turnê “A Última Ponta”, que coloca ponto final em uma história de 32 anos. O show de despedida na capital baiana aconteceu na Concha Acústica do Teatro Castro Alves – que ficou lotada.
“Espero que vocês se divirtam muito. Essa é a última vez que o Planet Hemp vai passar por Salvador. E não tem essa de tristeza. Vamos aproveitar o momento que estamos vivendo aqui e agora”, convocou o vocalista Marcelo D2.
Além de D2, integram o Planet na turnê: BNegão (voz), Formigão (baixo), Nobru (guitarra), Pedro Garcia (bateria) e Daniel Ganjaman (guitarra e teclados) – além de um DJ, um percussionista e um trio de metais.

No palco, o grupo que mistura rap, rock, psicodelia, hardcore e ragga executou músicas de todos os discos. “Dig Dig Dig (Hempa)” abriu o setlist.
Nomes como Chico Science, Fábio Kalunga, Marielle Franco e Chorão foram homenageados (in memoriam), assim como citações a artistas locais, como Lisergia, Dois Sapos e Meio, Baiana System e o sambista Nelson Rufino. Em alguns momentos do show, os músicos também celebraram a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A trajetória e o legado do Planet Hemp
A concepção visual da turnê A Última Ponta é marcada por história, muita história ao longo dessas três décadas. Em um telão, momentos marcantes do país são revisitados e contextualizados com a trajetória do Planet Hemp durante as duas horas de show. Um sofá no meio do palco cria o clima no melhor estilo “in tha house“.

A formação em julho de 1993, os primeiros shows, a morte do fundador Skunk e a prisão dos músicos, em Brasília, em 97, sob acusação de apologia à maconha, são alguns episódios revisitados. A locução lembra a trajetória “rebelde” de D2, BNegão e cia, que colocou a banda entre as mais importantes da contracultura brasileira de todos os tempos.
Reação do público
O público, formado em sua maioria por fãs acima dos 30 anos, ressaltou a importância do Planet Hemp para o cenário da música nacional. “O sentimento que fica é que mais uma banda está deixando os palcos. É triste ver uma despedida, talvez voltem em carreira solo, mas não será a mesma energia que a banda traz”, disse o professor de artes Leonardo Ferreira, de 40 anos – fã desde os 11, em conversa com o PS Notícias.
Também presente no show, a produtora cultural Júlia Salgado, 36, que curte a banda desde a adolescência, falou do legado do Planet. “Durante o show eles mencionaram Chico Science e Nação Zumbi, que são contemporâneos, e eles valorizam o fundamento da música brasileira. É um legado que se deixa”, afirmou ao PS.

Próximos shows
Após a abertura da turnê em Salvador, a caravana carioca segue para Recife. Confira as próximas datas e cidades:
- 20/9 – Recife
- 3/10 – Curitiba
- 4/10 – Porto Alegre
- 12/10 – Florianópolis
- 17/10 – Goiânia
- 18/10 – Brasília
- 31/10 – Belo Horizonte
- 8/11 – Rio de Janeiro
- 15/11 – São Paulo