Veja o resumo da noticia
- A novela Rainha da Sucata reestreia na Globo nesta segunda-feira (3)
- Produção é de 1990 e fez sucesso na época
- Trama gira em torno de Maria do Carmo Pereira

Mistura de drama e comédia, a novela Rainha da Sucata, de Silvio de Abreu, é um dos maiores sucessos da Globo. Lançada em 1990, a produção retorna à grade da emissora nesta segunda-feira (3), no Vale a Pena Ver de Novo.
A trama gira em torno da Maria do Carmo Pereira (Regina Duarte), uma mulher batalhadora que enriquece no ramo do ferro-velho. Quando sobe socialmente, ela enfrenta o preconceito da elite paulistana, representada por Laurinha Figueiró (Glória Menezes), uma vilã elegante e manipuladora.
As personagens protagonizaram embates memoráveis e, na época, a rivalidade entre as duas virou febre nacional. Assim, Laurinha se consagrou como uma das principais vilãs da TV brasileira. Já Maria do Carmo lançou tendência, popularizando brilhos, ombreiras e joias chamativas, que compuseram o estilo “nova rica” daquela época.
Além disso, a novela também ficou marcada por crítica ao consumismo e ao “novo rico” dos anos 80 e 90, e contou com frases icônicas e personagens caricatos. O enredo trouxe um tom satírico e muito humor sobre as diferenças de classe social.
Confira as principais curiosidades
Nove atores já morreram
- Élio Vieira (Severo): o ator morreu em 1990, ainda durante a exibição da novela. ele sofreu Ele foi vítima de um infarto fulminante, aos 39 anos. Assim, o roteiro precisou ser ajustado, e o personagem saiu da trama de forma misteriosa;
- Paulo Gracindo (Betinho): Morreu vítima de câncer de próstata, aos 84 anos, em 1995;
- Raul Cortez (Jonas Queiroz Scott): Morreu aos 73 anos, vítima de câncer no pâncreas, em 2006;
- Gianfrancesco Guarnieri (Irineu Saldanha): Morreu aos 71 anos, de complicações de insuficiência renal crônica, em 2006;
- Cleyde Yáconis (Isabelle Bresson): Morreus aos 89 anos, após uma internação por isquemia, em 2013;
- Flávio Migliaccio (Oswaldo Moreiras): Morreu aos 85 anos, após tirar a própria vida, em 2020;
- Nicette Bruno (Neiva): Morreu aos 87 anos, em decorrência de complicações da COVID-19, em 2020;
- Aracy Balabanian (Dona Armênia): Morreu aos 83 anos, vítima de câncer no pulmão, em 2023;
- Lolita Rodrigues (Lena): Morreu aos 94 anos, vítima de pneumonia, em 2023.
Inspiração real
Silvio de Abreu se inspirou em mulheres que enriqueceram com trabalho próprio, especialmente no ramo de sucatas e negócios considerados “masculinos”. Ele quis mostrar o contraste entre o “novo rico” batalhador e a elite tradicional falida.
Interferência do “Plano Collor”
No auge da crise econômica, o público parou de assistir TV. Quando o governo Collor confiscou a poupança dos brasileiros, em 1990, a novela, que era leve e debochada, precisou mudar de tom para lidar com o clima do país.
Assim, Silvio de Abreu mudou parte do roteiro às pressas, transformando a novela de comédia debochada em drama social, o que acabou dando certo depois.
Trilha sonora
A novela teve um álbum nacional e um internacional, que foram sucesso de vendas e lançaram músicas que viraram febre. A novela ajudou a popularizar o rock nacional entre públicos que antes ouviam apenas MPB ou samba.
Entre os destaques nacionais estão Me Chama (Lobão), Coração Pirata (Roupa Nova), Brasil (Cazuza, Gal Costa e Nilo Romero), Nem Luxo Nem Lixo (Rita Lee), Downtown (Lulu Santos) e Você Não Serve Pra Mim (Marina Lima).
Já na trilha internacional estão Nothing Compares 2 U (Sinéad O’Connor), Opposites Attract (Paula Abdul), Lambada/Chorando se Foi (Kaoma) e Here We Are (Gloria Estefan).
Tensão nos bastidores
A rivalidade entre a protagonista e a antagonista ultrapassou as telinhas e se tornou motivo de tensão também nos bastidores. Na época, havia boatos de que Regina Duarte e Glória Menezes matinham um clima competitivo mesmo ao desligar das câmeras, devido à forma diferente de atuação. Nenhuma das duas deu declarações públicas sobre a suposta briga.
Suspense na cena final
Está na memória fresca do povo o final da icônica vilã Odete Roitman (Débora Bloch), de Vale Tudo (2025), que foi montido em segredo até mesmo do elenco. Mas essa prática não é inédita. Em Rainha da Sucata, o fim Laurinha também foi mistéiro, até para os atores.
Na época, a produção chegou até a gravar cenas falsas para despistar a imprensa.
Humor e improviso
O diretor Jorge Fernando, conhecido pelo toque cômico, deixava os atores improvisarem falas. Muitos bordões surgiram assim. Ele também incentivava cenas rápidas e exageradas, que se tornaram marca registrada da novela.
Fedor no cenário
O famoso “ferro-velho da Maria do Carmo” foi montado com sucata real, trazida de um depósito em São Paulo. Assim, o cheiro de graxa e metal era tão forte que os atores reclamavam durante as gravações.


