Um ação de vistoria flagrou crianças e adolescentes trabalhando no torneio internacional de tênis ATP Costa do Sauípe, no litoral norte da Bahia, neste domingo (26). Os jovens foram vistos atuando como “boleiros” durante o campeonato.
Segundo informações do G1, a ação coordenada por auditores fiscais do trabalho constatou que 30 dos 31 boleiros tinham menos de 18 anos, inclusive, crianças de 12 anos exercendo o trabalho.
Os boleiros são responsáveis por recolher as bolas durante as partidas. Testemunhas relataram aos auditores fiscais que durante o torneio, alguns jovens foram atingidos em quadra com as bolas da competição. Os auditores notificaram a empresa organizadora do evento e relataram que prestaram um relatório ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
O PS Notícias tentou contato com a organização do campeonato, mas não obteve retorno até o final tarde desta segunda-feira (27). [Atualização abaixo]
O que dizem os organizadores
A Try e a Costa do Sauípe, responsáveis pelo Costa do Sauípe Open – ATP Challenger 125, realizado no fim de semana, se posicionaram após a denúncia de uso de trabalho infantil no torneio de tênis. Em nota enviada ao PS Notícias, na noite de segunda-feira (27), os organizadores afirmaram que o uso de boleiros foi uma ação socioeducativa em parceria com um projeto social, envolvendo adolescentes moradores do município de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador.
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Ainda segundo a Try e o complexo da Costa do Sauipe, a participação dos boleiros aconteceu com anuência do Juizado da Infância e Juventude. Leia abaixo a nota na íntegra:
“A Try e a Costa do Sauípe, realizadoras do Costa do Sauípe Open – ATP Challenger 125, encerrado no último domingo (26), informam que promoveram, durante o torneio, uma ação socioeducativa em parceria com o projeto social Borges Tênis, envolvendo adolescentes moradores do município de Mata de São João (BA) como boleiros. A iniciativa teve como objetivo aproximar os jovens do esporte e contribuir para sua formação cidadã, em linha com as diretrizes de sustentabilidade e responsabilidade social do destino, além de trazer para os adolescentes o que aprenderam na teoria e nos treinos.
As empresas esclarecem que a atividade foi autorizada pelo Juizado da Infância e Juventude e realizada de forma regular e seguindo todas as exigências acordadas, com consentimento dos responsáveis legais e supervisão constante de adultos. Os adolescentes participaram do torneio em horário compatível com suas atividades escolares e em escala de revezamento, com intervalos regulares em ambiente adequado e climatizado, e receberam alimentação, roupas confortáveis e protetor solar.
A Try e a Costa do Sauípe reafirmam seu compromisso em fomentar o esporte e promover oportunidades de impacto positivo na sociedade. Ainda, reforçam que a participação de jovens como boleiros é uma prática consolidada em torneios de tênis no Brasil e no mundo, reconhecida por seu caráter socioeducativo”.
Editado por Vinicius Ribeiro
