'Sem clube não tem futebol'

União de 20 clubes decide não participar de eleição da CBF

Samir Xaud assumirá a CBF com mandato de quatro anos após a saída de Ednaldo Rodrigues, acusado de fraudar a própria eleição

CBF altera regras do futebol brasileiro
CBF/Divulgação

Um grupo de 20 clubes, com times da Série A e da Série B do Campeonato Brasileiro, decidiu não participar da eleição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os clubes publicaram a decisão na noite desta quarta-feira (21).

No próximo domingo (25), às 10h, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, Samir Xaud, de 41 anos, vai assumir a presidência da entidade. Para não prejudicar os clubes que estarão disputando partidas do Brasileirão, o voto remoto será permitido. Samir Xaud assumirá mandato de quatro anos após a saída de Ednaldo Rodrigues, acusado de fraudar a própria eleição.

Entre os clubes que não estarão presentes, estão América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Santos, São Paulo, Sport. Os times cobram “democracia, transparência e representatividade” e afirmam discordar do processo vigente. Bahia e Vitória não emitiram opinião.

Através de uma nota conjunta, os clubes confirmaram ausência na eleição do novo presidente da CBF. Dessa forma, os times intitularam a mensagem como “Sem clube não tem futebol”.

“O futuro do futebol brasileiro precisa ser pautado pela democracia, transparência e representatividade. Neste domingo, haverá eleição para o próximo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas não compareceremos à votação por discordarmos do processo vigente. Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor”, diz nota dos clubes.

Ednaldo Rodrigues afastado da CBF

No dia 15 de maio de 2025, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. A decisão aconteceu após uma polêmica envolvendo uma assinatura suspeita do ex-presidente da entidade, Coronel Nunes, em um documento que solucionou dúvidas sobre a eleição de Ednaldo Rodrigues na entidade. Além disso, o TJ-RJ também justifica “incapacidade mental” por parte do gestor.

Na última semana, dois pedidos foram feitos ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a saída de Ednaldo do cargo. Assim, a deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e Fernando Sarney argumentaram falsificação na assinatura do Coronel Nunes. Há ainda um laudo pericial que indica que a assinatura não é verdadeira.

O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que determinou o afastamento, convocou o Coronel Nunes para prestar depoimento, mas o advogado do ex-presidente da CBF afirmou que ele não compareceria por razões de saúde. O desembargador, então, cancelou a audiência e afastou o Rodrigues.

Em dezembro de 2023, a Justiça já tinha afastado Ednaldo Rodrigues do cargo, contudo, ele voltou ao comando da entidade um mês depois ao recorrer ao STF. Desta vez, o dirigente desistiu de recorrer.

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