Um eletricista baiano, morador da região de Grajaú, zona sul de São Paulo, ficou oito dias preso injustamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste, acusado de estupro de vulnerável por causa de um erro de grafia.
O eletricista Jabson Andrade da Silva, de 56 anos, nasceu na cidade de Araci, na Bahia, mas mora em São Paulo, e foi confundido com Jabison Andrade da Silva, denunciado pela ex-companheira por estuprar a enteada entre 2008 e 2015 na cidade de Ubatã, também na Bahia.
Por causa de um simples “i”, Jabson ficou encarcerado entre 7 e 15 de julho. O erro persistiu até o mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
Por meio de nota, o Tribunal de Justiça da Bahia informou que o juiz Eduardo Camilo comunicou ter pedido a soltura de Jabson depois que o “o Ministério Público e a Polícia Civil acusaram que erraram no Inquérito Policial e na denúncia informando outra pessoa”.
Chegada de Jabson na cadeia
Ao g1, o eletricista contou que estava em casa com a esposa, quando policiais chegaram ao imóvel com mandado de prisão durante uma operação que prendeu 1.000 foragidos da Justiça.
Policiais levaram Jabson, que não tem passagem pela polícia, para um distrito policial e chegou a informar que deveria haver algum erro, que não era ele quem estavam procurando.
“É até difícil relatar como foi. As coisas foram acontecendo a cada instante. A cela que me deixaram, tinha um rapaz que já tinha puxado 20 anos de cadeia, juntando todas as prisões. Tinha sido preso umas quatro, cinco vezes. Foi horrível. A comida é pouca, e o lugar é feito para ninguém gostar daquilo. É desumano”, afirmou ao site.
O eletricista ainda conta que sofreu com a hostilidade por parte dos agentes penais.
“Quando cheguei, eles raspam a cabeça e me fizeram colocar a mão numa grade. Um policial penal gritou comigo: ‘Recolhe a mão, seu arrombado’. É assim o tratamento lá dentro. Te tratam muito mal. Você não pode responder nada. É enlouquecedor. Tem pessoas que surtam lá dentro. Eu falava que era inocente, mas diziam que todos falam isso”, ressaltou.
Com a ajuda da família, que juntou provas da inocência de Jabson e acionou um advogado, o eletricista conseguiu a revogação da prisão preventiva.
Ainda não há informações sobre a localização do verdadeiro acusado.