Em decisão expedida nesta terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o monitoramento policial em tempo integral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim, a Polícia Penal do Distrito Federal deverá enviar equipes para o endereço residencial, onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar.
Na decisão, o magistrado ressaltou que o monitoramento policial deverá evitar a exposição indevida. Os agentes terão que evitar qualquer ato indiscreto, inclusive midiático. Além disso, a equipe policial não poderá tomar qualquer medida que perturbe a vizinhança ou afete a esfera domiciliar do ex-presidente.
Alexandre de Moraes determinou o monitoramento após consultar a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A medida foi ocorreu em resposta a um pedido do deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara dos Deputados. O parlamentar relatou que Bolsonaro poderia fugir para a embaixada dos Estados Unidos, que está localizada a cerca de 10 minutos do local em que o ex-presidente reside. Assim, o líder petista queria que fosse decretada a prisão preventiva de Bolsonaro. No entanto, Moraes optou por estabelecer a vigilância policial no entorno da residência.
Acusação
Jair Bolsonaro é acusado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O julgamento da ação penal está marcado para começar na próxima terça-feira (2).
No inquérito que embasa a ação penal, a Polícia Federal alegou que existem indícios de que Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), cometeram crimes ao tentar interferir no julgamento da ação por tentativa de golpe de Estado.