O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (2), na abertura do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, que “não aceitará coação” no curso do processo.
Após a abertura da sessão pelo presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, Moraes fez a leitura do relatório e ressaltou o papel da Corte perante a sociedade.
“Esse é o papel do Supremo Tribunal Federal: julgar com imparcialidade e aplicar a Justiça a cada caso concreto, independentemente de ameaças ou coações, ignorando pressões internas ou externas”, afirmou o relator.
A fala ocorre em meio às críticas de aliados de Bolsonaro, que chamam o julgamento de parcial e reforçam a narrativa de perseguição política.
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Na ocasião, Moraes também fez referência indireta às tentativas de interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no processo penal.
Trump já criticou publicamente o STF, acusando a Corte de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Em julho, anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e aplicou sanções contra ministros da Corte, incluindo medidas direcionadas a Moraes.
“Lamentavelmente, no curso desta ação penal, constatou-se a existência de condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa, que, de maneira jamais vista em nosso país, passou a agir de forma covarde e traiçoeira na tentativa de coagir o sistema Judiciário, em especial este Supremo Tribunal Federal, e submeter o funcionamento da Corte ao crivo de outro Estado estrangeiro.”
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