

"Os desejos do povo venezuelano de participar ou não desta eleição devem ser respeitados. Ninguém deveria ser obrigado a votar e aqueles que voluntariamente participarem deveria poder fazê-lo de forma livre", disse a porta-voz de direitos humanos da ONU, Liz Throssell, segundo a Reuters.
"Esperamos que a votação prevista para domingo, se realizada, ocorra de forma pacífica e com pleno respeito aos direitos humanos", acrescentou Throssell.
Proibição dos protestos
O governo da Venezuela proibiu manifestações públicas que pudessem atrapalhar a realização da eleição dos representantes da Assembleia Nacional Constituinte. O ministro do Interior venezuelano, Néstor Reverol, afirmou, em um discurso transmitido pela televisão, que quem organizar, “apoiar ou instigar a realização de atividades dirigidas a perturbar a organização e o funcionamento do serviço eleitoral ou da vida social do país será punido com prisão de cinco a dez anos".
Os Estados Unidos determinaram que os familiares dos funcionários de sua embaixada na Venezuela deixassem o país, em meio a uma crise política que se agrava antes da votação que a oposição diz que colocará fim à democracia no país.
Em resposta, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição ao governo, anunciou em seguida que a manifestação que estava prevista para ocorrer nesta sexta em Caracas será estendida a todo o país.
"O regime anunciou que não pode se manifestar. Responderemos com (a) TOMADA DA VENEZUELA amanhã", anunciou a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), em sua conta do Twitter.
Mortos na greve
O balanço dos mortos na greve geral de 48 horas na Venezuela subiu para sete nesta sexta. O Ministério Público informou que mais dois jovens morreram na quinta (27), em uma manifestação e em um saque.
Segundo o Ministério Público, Rafael Canache, de 29 anos, morreu durante um saque em Jabillote, no estado de Anzoátegui (nordeste), e José Pestano, 23, durante um protesto em Cabudare, Lara (noroeste).
Com mais estas mortes, passa de 100 o número de óbitos na onda de protestos contra o presidente Nicolás Maduro, que deve prosseguir apesar da proibição do governo.
Eleição da Assembleia
A eleição da Assembleia Constituinte está marcada para o próximo domingo. A manifestação de sexta é um ultimato para que Maduro suspenda a eleição. A oposição considera que a eleição é um processo "fraudulento", que tem como único objetivo perpetuar Maduro no poder. Já o presidente defende uma nova Constituição como forma de trazer paz para o país.
Diante de uma multidão de apoiadores, Maduro reiterou nesta quinta que "chovendo, trovejando ou relampejando, a Constituinte acontecerá", apesar das pressões internas e externas.
Reprodução: G1


