Megaoperação

Bahia pode ser alvo de retaliação do Comando Vermelho? Douglas Pithon responde

O policial civil Douglas Pithon concedeu entrevista nesta quinta-feira (30) ao programa PNotícias, da rádio Piatã FM

Reprodução/Youtube
Reprodução/Youtube

O ex-coordenador da Coordenação de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil da Bahia, Douglas Pithon, afirmou, em entrevista concedida nesta quinta-feira (30) ao programa PNotícias, da rádio Piatã FM, que o estado está preparado para impedir a atuação de facções criminosas que tentem se instalar ou reagir às recentes operações policiais realizadas no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV).

“Aqui eles não vão se criar. E eu falo como ponta da lança: na Bahia, eles não vão crescer nem prosperar. A polícia não vai dar espaço para vagabundo aqui”, declarou Pithon.

Questionado sobre a possibilidade de retaliações por parte da facção, o policial reforçou que as forças de segurança baianas estão preparadas para qualquer tipo de enfrentamento.

“Temos uma integração extremamente positiva entre as polícias Militar e Civil, sob a coordenação da Secretaria de Segurança Pública. E eu não falo isso por lobby, o secretário, doutor Marcelo Werner, que é policial federal, tem feito um excelente trabalho dentro das condições que tem”, destacou.

Histórico do tráfico

Douglas Pithon também resgatou o histórico da chegada da cocaína na Bahia, relatando que o tráfico se estruturou ainda na década de 1970. “A cocaína chegou à Bahia nos anos 70, trazida por um homem conhecido como Zeca. Após a prisão dele, a hegemonia passou para Ravengar, que expandiu a venda da droga em São Gonçalo. Quando ele foi preso, surgiram outros grupos e dissidências criminosas”, explicou.

Segundo o ex-coordenador da Core, a expansão de facções do Sudeste para o Nordeste se intensificou entre 2015 e 2016, com a transferência de presos para presídios federais e a busca de novas áreas de influência.

“Ainda não chegamos à situação do Rio de Janeiro, mas temos uma topografia parecida e uma extensa faixa litorânea que favorece a entrada de drogas. Precisamos revisitar constantemente nossas estratégias para evitar que um organismo criminoso faça aqui o que fez lá”, concluiu Pithon.