O major da Polícia Militar da Bahia Almir Bispo dos Santos Filho foi preso na última segunda-feira (4) por suspeita de facilitar a entrada de celulares no Complexo Penal da Mata Escura, em Salvador. Ele trabalhava na coordenação de planejamento operacional do Batalhão de Guardas (BG) da Polícia Militar, localizado no presídio.
A equipe do PS Notícias teve acesso exclusivo à documentação que detalha o dia e motivos da prisão do major, além de uma ligação com o interno Fábio Rocha de Lima, o Fábio Tatuagem, que é apontado como uma das lideranças da facção criminosa “Ajeita”.
De acordo com os registros da unidade prisional, o major Almir pediu autorização para visitar o interno Fábio Rocha de Lima no último dia 1º de agosto. A visita ocorreu na coordenação de segurança da unidade, o oficial estava acompanhado de um Sargento durante a visita. O teor da conversa entre os três é desconhecida.
A documentação aponta ainda que o oficial conseguiu entrar na unidade para visitar o interno se valendo da condição de policial militar, tendo em vista que a Coordenação de Segurança concede visita assistida nesses casos.
A dinâmica do flagrante
No dia em que foi preso, policiais penais estranharam a presença do major no prédio principal do Complexo Penal. Alegando estar no local para apresentar a Cadeia Pública a outro militar, o major Almir Bispo entrou no prédio e passou a ser observado pelos policiais penais.
Diante da visita atipica, os agentes observaram um comportamento estranho do major já na área dos visitantes, após o local do procedimento de revista.
Os policiais penais relatam que perceberam a aproximação do major a duas mulheres que estavam na unidade para visitar Fábio Tatuagem.
O relato da conta que um dos policiais penais percebeu que o militar inseriu um pacote dentro da sacola de uma das visitantes, tia do interno. A partir daí, foi iniciada a abordagem padrão e foram identificados dentro da sacola dois celulares, carregadores, fone de ouvido e um chip de telefone.