Versões opostas

'Filho único, pai, trabalhador': família se revolta com morte de jovem em ação policial

O jovem identificado como Marcos de Oliveira Silva, de 23 anos, foi executado mesmo após ser rendido, diz família

jovem morto a tiros
Reprodução

Familiares de Adriano Marcos de Oliveira Silva, de 23 anos, morto durante uma operação da Rondesp no último domingo (28), no bairro do Engenho Velho da Federação, contestam a versão apresentada pela Polícia Militar.

Segundo a família do jovem, em entrevista à Record Bahia, Adriano não tinha envolvimento com o tráfico de drogas e foi executado mesmo após estar rendido. Ainda conforme parentes, Adriano trabalhava como pintor e funileiro, além de realizar entregas por aplicativo

“Ele nunca foi traficante. Isso ninguém pode dizer. Terminaram de matar na frente de todo mundo. Quando cheguei, ainda estavam atirando nele e depois o jogaram como um cachorro dentro da viatura”, relatou uma tia.

“Ele não tinha passagem pela polícia. Era trabalhador. A esposa está grávida de três meses e ele cuidava do avô. A vida dele foi ceifada por policiais militares”, disse outra familiar.

A família acusa os policiais de terem agredido Adriano antes de levá-lo para o Hospital Geral do Estado (HGE). “O rosto dele estava roxo de pancadas. Ele chegou a ligar pedindo socorro, dizendo que já estava de mãos atadas. Mesmo assim, atiraram pelas costas e no peito”, completou uma das mulheres.

A Polícia Militar informou que equipes das Rondas Especiais realizavam patrulhamento na Rua do Forno quando foram recebidas a tiros por homens armados. Houve revide e Adriano foi baleado. O caso é investigado pela Polícia Civil.

Ainda segundo a versão da PM, com ele foram apreendidos uma pistola calibre 9mm, carregador, munições, uma blusa camuflada, um coldre, além de drogas, sendo 58 porções de maconha, dois pinos com crack, 38 com cocaína e dinheiro em espécie. O material foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde a ocorrência foi registrada.