Nova condenação

Líder espírita é condenado a mais de 50 anos de prisão por estupro de vulnerável

A nova sentença, que aumenta a pena anterior,  foi proferida no último dia 12 pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA)

Foto: Reprodução/Redes sociais
Foto: Reprodução/Redes sociais

A Justiça condenou o líder espírita Kleber Aran Ferreira a 50 anos, a 16 meses e 25 dias de prisão. Ele foi condenado por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. Na época dos crimes, Kleber atuava à frente da Associação Sociedade Espírita Brasileira Amor Supremo (Sebas). O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) proferiu a nova sentença no último dia 12, aumentando a pena anterior.

Inicialmente ele havia sido condenado a 20 anos de prisão. No entanto, a justiça acolheu recurso do MPBA que solicitou o aumento da pena inicial estabelecida em primeira instância. O órgão pediu o reconhecimento do estupro de vulnerável, inicialmente rejeitado pela 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Salvador.

Na nova decisão, os desembargadores do TJBA reconheceram que o acusado embriagou uma das vítimas, colocando-a em estado de vulnerabilidade. A atitude caracteriza o crime de estupro de vulnerável.

Segundo a denúncia, Kleber Aran, que afirmava incorporar ‘Dr. Fritz’, operava um esquema de abuso de poder e manipulação psicológica dentro do centro religioso.

“Kleber atraía diversos seguidores em busca de cura e orientação espiritual e utilizava sua posição de líder para assediar sexualmente mulheres vulneráveis. Ele convencia as vítimas, muitas delas fragilizadas emocionalmente ou com familiares doentes, de que manter relações sexuais com ele era necessário para realizar trabalhos espirituais e fornecer “energia sexual” para as entidades”, divulgou o MP.

Decisões anteriores

Em novembro de 2024, a Justiça condenou Kleber à prisão por violação sexual mediante fraude contra três mulheres que frequentavam a instituição. Além disso, determinou que ele pagasse uma indenização de R$ 50 mil a cada vítima por danos morais.

O Ministério Público da Bahia (MPBA) apresentou a denúncia após iniciar uma investigação em 2021, com base em relatos recebidos pelo projeto Justiceiras. A ONG apoia mulheres vítimas de violência de gênero. Durante a instrução do processo, a 24ª Promotoria de Justiça Criminal acompanhou o caso.