Thierry Lima da Silva, de 24 anos, que confessou ter matado três mulheres em Ilhéus, no sul da Bahia, apresentou defesa preliminar por meio da Defensoria Pública, alegando ter sido vítima de tortura durante a abordagem policial que resultou em sua prisão. A instituição pede a anulação do flagrante e o envio do caso à Corregedoria para apuração. O PS Notícias teve acesso ao documento.
Segundo a Defensoria, Thierry, que estaria em situação de rua no momento da prisão, relatou ter sido levado por policiais para um matagal, onde teria sofrido agressões físicas, recebido ameaças de morte e permanecido com um saco na cabeça.
Ele afirma que só prestou declarações porque foi coagido, o que, segundo a Defensoria, tornaria as provas ilícitas e inutilizáveis no processo.
Defesa
A Defensoria Pública também contesta a acusação de tráfico, alegando que o réu é usuário crônico de crack desde a adolescência. De acordo com o órgão, Thierry Lima da Silva consumiria cerca de 15 pedras de crack por dia e carregava 18 pedras no momento da prisão, quantidade que considera compatível com uso pessoal.
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O órgão afirma ainda que ele foi encontrado dormindo na rua, sem dinheiro fracionado, balança ou outros itens normalmente associados à venda de drogas.
A Justiça de Ilhéus, no entanto, decidiu manter a denúncia por tráfico de drogas e determinou o prosseguimento da ação penal. O Ministério Público argumentou que não há indícios que sustentem a denúncia de tortura.
Audiência
A audiência de instrução e julgamento foi marcada para 27 de janeiro de 2026, por videoconferência. Na ocasião, serão ouvidas as testemunhas de acusação e testemunhas de defesa, e o réu será interrogado.
