Violência urbana

Salvador e RMS registram mil mortes por arma de fogo em menos de 10 meses; negros são maioria

Os dados revelam ainda que 508 pessoas (51%) eram negras, 21 (2%) brancas e 470 (47%) não tiveram a informação registrada

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um levantamento feito pelo Instituto Fogo Cruzado revelou que entre os dias 1º de janeiro e 6 de outubro de 2025, mil pessoas foram vítimas de armas de fogo em Salvador e na RMS. De acordo com o levantamento, do total de mortos, 938 (94%) eram homens e 56 (6%) mulheres.

Os dados revelam ainda que, em relação a cor e raça, 508 pessoas (51%) eram negras, 21 (2%) brancas. Outas 470 (47%) não tiveram a informação registrada. A maioria das vítimas era adulta (954), seguida por 35 adolescentes, sete idosos, dois bebês ainda no útero da mãe. Também foram registradas as mortes de uma criança e uma pessoa sem idade informada.


Entre as vítimas, havia cinco agentes de segurança. Também foram registrados óbitos de
dez mototaxistas, quatro entregadores/motoboys, quatro motoristas por aplicativo, dois
rifeiros, dois vendedores ambulantes e um político. Também há o registro de uma
gestante morta.

Ranking


Ainda de acordo com o Fogo Cruzado, as principais circunstâncias das mortes foram em ações policiais.

Os números mostram que 451 pessoas morreram em ações policiais. Outras 60 em situações
de roubo/tentativa, 58 em disputas entre grupos armados, 27 em sequestros/cárcere
privado, 20 em brigas e 109 em chacinas. Outras sete vítimas de balas perdidas e
seis casos de feminicídio.

A capital lidera o ranking dos 13 municípios que compõem a Região Metropolitana, com
o maior número de mortes:


Salvador: 700 mortes
Camaçari: 103 mortes
Dias D’Ávila: 48 mortes
Lauro de Freitas: 45 mortes
Simões Filho: 31 mortes
Candeias: 24 mortes
Vera Cruz: 12 mortes
Mata de São João: 10 mortes
São Sebastião do Passé: 10 mortes
São Francisco do Conde: 8 mortes
Itaparica: 5 mortes
Pojuca: 3 mortes
Madre de Deus: 1 morte