A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) no inquérito que investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários e disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral.
As investigações começaram em 2023, quando a imprensa revelou a compra de um sistema espião pela agência para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país. A estrutura montada no órgão de inteligência ficou conhecida como “Abin paralela”.
De acordo com a PF, Ramagem, que comandou a agência na gestão Bolsonaro, estruturou o esquema de monitoramento clandestino contra autoridades e adversários políticos.
Carlos, segundo os investigadores, liderava o chamado gabinete do ódio, que utilizava os dados obtidos ilegalmente para promover ataques nas redes sociais. Já Bolsonaro, ainda segundo o relatório, tinha conhecimento e se beneficiava do esquema.
Além de Bolsonaro, Carlos e Ramagem, o relatório final da polícia também aponta o indiciamento do atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, do chefe de gabinete Luiz Carlos Nóbrega e do corregedor-geral José Fernando Chuy, além de outros 28 investigados.
O que os principais indicados dizem
Tanto Ramagem quanto o ex-presidente não comentaram o indiciamento. Em ocasiões anteriores, ambos negaram a existência de estruturas paralelas na agência e a participação em espionagens ilegais.
Em uma publicação no X, Carlos Bolsonaro atribuiu o indiciamento a uma ação ligada à movimentação para a eleição de 2026 e disse não acreditar em coincidência:
“Alguém tinha alguma dúvida de que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência!”, escreveu.
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