O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse a interlocutores que não pedirá vista no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas que deverá divergir do relator Alexandre de Moraes, segundo informações da CNN.
A ala bolsonarista esperava que Fux solicitasse vista dos autos por 90 dias, o que postergaria a conclusão do julgamento para 2026.
O magistrado, porém, sinalizou que não adiaria o voto, embora deva divergir de pontos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do provável voto de Moraes, que prevê pena máxima para Bolsonaro.
Na sexta-feira (15), o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, marcou para 2 de setembro o início do julgamento de Bolsonaro.
A Primeira Turma realizará sessões extraordinárias nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro para analisar o caso dos outros sete réus do núcleo 1 no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
Perfil de Fux
Em março deste ano, Luiz Fux passou a ser visto como uma esperança por grupos de direita entre os ministros que compõem o colegiado responsável por julgar a ação penal que investiga um suposto planejamento de golpe de Estado no Brasil em 2022.
Durante a análise da denúncia da PGR que acusou 34 pessoas de participação na trama, Fux manifestou dúvidas sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
O ministro também indicou a possibilidade de reavaliar a dosimetria da pena aplicada por Alexandre de Moraes à cabeleireira Debora Freitas Rodrigues, acusada de envolvimento no 8 de Janeiro.