Política

Leandro de Jesus aponta diferença entre 'fuzilar petralhada' e 'jogar na vala'

Deputado bolsonarista criticou a atuação dos Poderes da República após declaração do governador da Bahia

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Foto: Divulgação

Na tarde desta terça-feira (6), o deputado estadual Leandro de Jesus (PL) comparou a diferença entre a expressão “fuzilar a petralhada”, dita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e jogar “na vala”, usada recentemente pelo governador Jerônimo Rodrigues.

Em conversa com a imprensa, o deputado bolsonarista minimizou a declaração do ex-presidente, que se popularizou em 2018, quando usou um tripé de câmera fazendo referência a um fuzil em um comício no Acre.

Leandro de Jesus afirmou que existe uma diferença na atuação dos Poderes da República em relação ao ex-presidente Bolsonaro e a declaração do petista Jerônimo Rodrigues.

“Já provocamos todas as instituições, para que o governador venha ser responsabilizado em todas as esferas e inclusive aqui na casa, como já foi noticiado, um pedido de impeachment para que cada parlamentar aqui tenha a oportunidade de se posicionar diante da sociedade sobre a fala criminosa do governador Jerônimo Rodrigues”, declara.

O deputado cita o ministro do STF, Alexandre de Moraes, em referência ao julgamento deflagrado pela suprema corte após atos-antidemocráticos de oposição tentarem aplicar um Golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, na sede dos Três Poderes. O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos acusados pela minuta de golpe.

“A grande diferença é exatamente a atuação dos Poderes da República. Eu pergunto: cadê o STF agora para dar 48 horas? Cadê Alexandre de Moraes para dar 48 horas para o governador Jerônimo Rodrigues se explicar sobre a fala dele? A grande diferença está aí. A indignação seletiva por parte dos poderes”, provoca o deputado bolsonarista.

Leandro de Jesus disse ainda que “está todo mundo caladinho” após a declaração do governador do estado “ameaçar milhões de pessoas, jogar na vala, extermínio, genocídio”.

Repercussão

A declaração de Jerônimo Rodrigues ganhou repercussão nacional após o governador na Bahia criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro por não ter atendido nenhum governador de oposição na época da pandemia.

“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia, sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta! Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo para a vala”, disse o petista.

O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a se manifestar contra a declaração do atual governador da Bahia através das redes sociais e chamou o discurso do petista de odioso.

“Um discurso carregado de ódio, que, em qualquer cenário civilizado, deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes. Mas nada aconteceu. Não houve abertura de inquérito, nem busca e apreensão, tampouco convocação da Polícia Federal para apurar incitação à violência. Nenhuma nota de repúdio do STF, nenhuma indignação de ministros que se dizem interessados no assunto, nenhuma capa de jornal tratando o caso como ‘ameaça à democracia'”, disse Bolsonaro.

Em 2022, Bolsonaro chegou a se defender das acusações de violência ao afirmar que o sentido da expressão “fuzilar a petralhada”, dito em 2018, era figurado. “Sabe o que é sentido figurado? Você estudou português na sua faculdade ou não?”, disse Bolsonaro na época.

O Partido dos Trabalhadores (PT) chegou a entrar com uma ação contra Bolsonaro por causa da fala, mas foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal, em 2019, com a justificativa de a legislação impedia a responsabilização do então presidente por atos ocorridos antes do mandado.

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