Megaoperação no Rio

Capitão Alden classifica como “trágico” resultado de operação que deixou 64 mortos no Rio

Deputado federal afirmou, no entanto, que a polícia precisa reagir à altura diante do crime organizado

Foto: Divulgação/ PL no Congresso
Foto: Divulgação/ PL no Congresso

O deputado federal Capitão Alden (PL-BA), vice-líder da oposição na Câmara, classificou como “trágico” o resultado da megaoperação policial realizada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Até o momento, as autoridades contabilizam 64 mortes, entre elas quatro policiais já identificados.

Em nota enviada à imprensa nesta quarta-feira (29), o deputado baiano afirmou que a operação expõe a expansão do narcoterrorismo e o fortalecimento de facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV), que, segundo ele, tem armamento suficiente para reagir às forças de segurança.

“A megaoperação no Rio de Janeiro escancara a realidade que o Brasil insiste em fingir que não existe. Vivemos sob o império do narcoterrorismo. Facções criminosas, como o Comando Vermelho, utilizam drones com granadas, armas de guerra e barricadas em chamas para enfrentar o Estado. Isso não é criminalidade comum, isso é guerra declarada”, afirmou.

Alden lamentou as mortes, mas ponderou que é dever da polícia “reagir à altura para não ser sucumbida”. Ele também defendeu o endurecimento das leis federais para que as mais de 80 facções criminosas em atuação no país sejam tratadas como organizações terroristas.

“O Brasil precisa escolher se fortalece suas forças de segurança, endurece as leis e trata facções como terroristas, ou continuará sendo um país onde o cidadão de bem é prisioneiro e o bandido é protegido”, acrescentou.

Entenda

Pelo menos 64 pessoas morreram e 81 foram presas na terça-feira (28) durante uma megaoperação das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense.

Entre os mortos estão quatro policiais, segundo informações da Polícia Civil. Há ainda registros de agentes e moradores feridos.

A ação foi a mais letal já registrada desde 1990 na região metropolitana do Rio, segundo levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF).

O alto número de vítimas foi criticado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que afirmou estar “horrorizado” com a operação.