Foto: Agência Brasil/Fabio Rodrigues
Foto: Agência Brasil/Fabio Rodrigues

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que seja autorizada sua ida ao hospital para intervenções cirúrgicas e que ele cumpra prisão domiciliar humanitária.

Na petição, os advogados anexaram uma avaliação médica que aponta que “o ex-presidente precisa passar por cirurgia tanto para tratamento do quadro de soluços, sequela das cirurgias já registrada nos presentes autos, como em razão da piora do diagnóstico de hérnia inguinal unilateral, que também indica a necessidade de intervenção cirúrgica”.

Segundo o laudo, “o paciente Jair Messias Bolsonaro evolui com quadro de soluço incoercível prolongado e refratário às medidas convencionais. Foi submetido anteriormente ao tratamento medicamentoso otimizado com drogas de primeira e segunda linha, medidas clínicas e comportamentais usuais, além de investigação diagnóstica com exclusão de causas secundárias tratáveis, com ausência de melhora clínica com todas as terapias previamente instituídas”.

O documento detalha que, devido à persistência do problema, que afeta repouso, alimentação, sono, respiração e qualidade de vida, há indicação médica para bloqueio anestésico do nervo frênico, procedimento reconhecido como opção terapêutica em casos de singultos graves e refratários.

“A infiltração anestésica é devido à necessidade clínica imediata, visando reduzir a hiperatividade diafragmática responsável pelo reflexo do singulto e proporcionar alívio sintomático. Dessa forma, justifica-se plenamente a realização do bloqueio do nervo frênico, visto que todas as medidas menos invasivas já foram tentadas sem sucesso”, prossegue a petição.

Os advogados Celso Villardi, Paulo Bueno e Daniel Tesser pedem ainda que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar humanitária em razão de sua condição de saúde. Eles alegam que a violação da tornozeleira eletrônica não configura tentativa de fuga, mas sim ação decorrente de confusão mental provocada por novos medicamentos em sua prescrição.

“Os subscritores então apuraram que não houve tentativa de rompimento ou retirada da tornozeleira, mas sim um ato isolado decorrente de quadro de confusão mental provocado pela interação indevida de medicações prescritas, o que levou o Peticionante a acreditar, alucinadamente, que havia ‘escutas’ no dispositivo”, afirmam os advogados.