

Uma condição seria crucial para o interesse da empresa. “Nessa conversa, uma das coisas que foram tratadas, era que ele [prefeito] tinha uma empresa de saneamento local. [Juazeiro] É um dos poucos ambientes onde a Embasa não atua. Então, era um ambiente interessante pra gente. Conversei sobre a possiblidade de ele promover uma privatização. Ele disse que pensava nisso, via alguma dificuldade, mas poderia ser avaliado. Porque ele tinha problemas de gestão, faltava água, a arrecadação não dava para suprir”, narrou. Barradas afirmou que quem deu o aval para o “investimento”, incluindo o valor, da Odebrecht no candidato foi o superior dele na companhia, Fernando Cunha. “Levei o assunto a Fenando, que disse logo, “Lá pode ter um negócio […]. Então, acho interessante fazer o investimento nesse candidato, já que ele disse que tem possibilidade, mas veja se de fato ele depois toca o projeto [privatização]", disse.
O delator afirmou ainda que a empresa até preparou um Processo de Manifestação de Interesse [PMI], ao custo de R$ 5 milhões, apostando na “contrapartida” da prefeitura. No entanto, segundo Barradas, o processo “nem caminhou” por falta de interesse do já reeleito prefeito. “Uma equipe nossa foi em Juazeiro algumas vezes. Mas entrou naquela enrolação: ‘no mês que vem vamos ver, a Câmara tem que aprovar, não sei se dá. O fato é que o dinheiro foi dado e nós ficamos absolutamente sem nada”, relatou. A delação de Barradas ocorreu em dezembro do ano passado em Porto Alegre, RS.
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