O deputado federal baiano Gabriel Nunes (PSD), filho do ex-deputado federal José Nunes, foi às redes sociais expressar arrependimento pelo voto favorável que deu à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dificulta a abertura de processos judiciais e investigação de parlamentares, a chamada PEC da Blindagem ou PEC das Prerrogativas.
O texto, que contou com forte apoio do Centrão e da ala bolsonarista, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dois turnos no último dia 16. Agora, o texto deve seguir ao Senado, onde já enfrenta resistência.
Em nota emitida nesta sexta-feira (19), Gabriel Nunes diz que, se tiver oportunidade, votará para corrigir seu posicionamento.
“Votei favoravelmente naquele momento entendendo a importância de fortalecermos o Parlamento enquanto instituição e a retomada do texto original da Constituição de 1988. Contudo, a votação acabou sendo conduzida de forma diferente do que havíamos planejado”, contextualizou o legislador.
Gabriel Nunes relatou que concordou com uma versão da proposição, mas o que chegou ao Plenário seria diferente do que foi combinado.
“Reconheço, com humildade, que não escolhemos o melhor caminho e que a PEC acabou sendo aprovada de maneira que vai contra princípios que sempre pautaram meu mandato: transparência, fiscalização e respeito às instituições democráticas”, apontou.
Humildade
Gabriel Nunes também disse que considera legítimas todas as críticas recebidas. “É assim que seguimos conduzindo nosso mandato: com humildade, diálogo e responsabilidade. Quero deixar claro que, caso surja a oportunidade de reparar essas distorções aprovadas pela Câmara, votarei para corrigir o texto e retirar meu apoio inicial. Pois o projeto aprovado desconfigura o que havia sido inicialmente colocado em debate”, ponderou.
Confira, a seguir, a nota completa emitida pelo congressista baiano:
Nota Oficial
Nos últimos dias, tenho recebido muitas mensagens de pessoas questionando minha posição sobre a PEC das Prerrogativas. Em respeito aos meus eleitores e a todos que acompanham e confiam no nosso trabalho, decidi trazer de forma clara minha posição.
Votei favoravelmente naquele momento, entendendo a importância de fortalecermos o Parlamento enquanto instituição e a retomada do texto original da Constituição de 1988. Contudo, a votação acabou sendo conduzida de forma diferente do que havíamos planejado.
Reconheço, com humildade, que não escolhemos o melhor caminho e que a PEC acabou sendo aprovada de maneira que vai contra princípios que sempre pautaram meu mandato: transparência, fiscalização e respeito às instituições democráticas.
Todas as críticas que recebi são legítimas, e é assim que seguimos conduzindo nosso mandato: com humildade, diálogo e responsabilidade. Quero deixar claro que, caso surja a oportunidade de reparar essas distorções aprovadas pela Câmara, votarei para corrigir o texto e retirar meu apoio inicial, pois o projeto aprovado desconfigura o que havia sido inicialmente colocado em debate.
Meu compromisso é com o povo brasileiro, sobretudo com o povo da Bahia, e continuarei atuando para defender a ética, a transparência e os interesses da sociedade em todas as pautas importantes votadas aqui na Câmara dos Deputados.