Política

Fraudes no INSS: Ministro diz que CGU poderia ter alertado sobre descontos

Segundo ministro, desgaste sobre governo Lula poderia ter sido contido com uma atuação 'preventiva'

Fraudes no INSS: Ministro diz que CGU não alertou sobre golpes
CGU/Reprodução

O governo perdeu uma chance de enfrentar as fraudes do INSS mais cedo e evitar que a atual crise se abatesse sobre o Lula (PT). Pelo menos é que o afirma o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

De acordo com ele, em entrevista ao jornal O Globo, a Controladoria-geral da União (CGU) falhou ao não fazer os alertas devidos “ao nível de ministro” assim que as primeiras apurações apareceram.

“O papel da Polícia Federal é apurar o crime. O da Controladoria é impedir o crime. São naturezas diferentes. A Controladoria-Geral tem o papel de evitar o problema, apontar falhas de procedimentos”, afirmou.

Conforme o titular da pasta, a dimensão dos desvios não foi apresentada diretamente ao ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi – que pediu demissão do cargo na última sexta-feira (2) – Na visão do ministro, isso impediu uma resposta rápida do governo para evitar a multiplicação das fraudes. Estas, inclusive, conforme as investigações, tiveram início na gestão Jair Bolsonaro (PL).

“Nós deixamos passar dois anos, período no qual mais pessoas foram lesadas, para poder corrigir o problema? O papel da Polícia Federal não é mesmo o de avisar nada a ninguém, é apurar ato criminoso. Ela está no papel dela, correto, sem reparo. Agora, a função de qualquer Controladoria é preventiva e não corretiva ou punitiva”, disse o ministro da Casa Civil.

Lula poderia ter sido poupado, diz ministro

Após tomar pé da situação, Costa chegou ao diagnóstico de que o presidente Lula poderia ter sido poupado do desgaste atual caso houvesse condução diferente do caso por parte da CGU.

“Vamos dizer assim: o grosso, mais de 90% do que está parecendo que é irregular, de autorização que não foi feita pelo aposentado, veio de 2020 para cá. Se você atua em 2023, tinha diminuído a quantidade de pessoas (afetadas) e eu diria que não tinha impactado basicamente o nosso governo”, pontuou.

“Primeiro, precisamos de um raio-x para separar o joio do trigo. Os valores que temos são uma estimativa. Tem entidades que há mais de 20 anos descontam na folha e nunca tiveram questionamentos. Supõe-se então que uma boa parte não terá problemas. Se o serviço prometido estava sendo entregue ou não é um problema de outra ordem. Para quem autorizou (não é devida reparação), mesmo que ele tenha sido enganado”, completou Rui Costa.