Represália

Governador diz que a Bahia está preparada para eventual reação do CV após operação no Rio

Presença de integrantes baianos da facção entre os alvos deixa as autoridades em alerta

Jerônimo
Foto: Joá Souza/GOVBA

O governador Jerônimo Rodrigues afirmou nesta quarta-feira (29) que as forças de segurança da Bahia estão preparadas para uma eventual ofensiva do Comando Vermelho em reação à megaoperação policial realizada no Rio. Após o registro de 121 mortes na investida realizada nos complexos do Alemão e da Penha, uma represália organizada pela facção criminosa não é descartada.

A presença de integrantes baianos do CV entre os alvos da operação – a mais letal da história do Rio – deixa as autoridades em alerta. Segundo levantamento inicial, pelo menos 16 suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas oriundos da Bahia foram presos, enquanto Júlio Souza Silva acabou morto. Em Salvador, ele atuava no Vale das Pedrinhas, no Complexo do Nordeste de Amaralina.

Na Bahia, nós nos preparamos, inclusive, para qualquer tipo de reação que pudesse acontecer aqui. Me coloquei à disposição para ver se algum tipo de coisa a gente pode fazer para evitar e estancar lá. O fato de termos baianos envolvidos a isso é a mobilidade deles. Eles mandam os representantes de um canto para outro. E a ordem que eu dei ao Marcelo era poder acompanhar, porque a responsabilidade é da Polícia do Rio de Janeiro, poder acompanhar para ver o que é que nós, enquanto Estado da Bahia, pode ajudar nessa situação. Ver desses 17 que estão lá colocados como baianos, que tipo de atuação eles têm aqui, para a gente também botar inteligência para poder acompanhar”, declarou Jerônimo em coletiva.

“Força bruta”

O governador da Bahia ainda reiterou a crítica ao modus operandi empregado na operação. “Outra fotografia posta é que a forma como se deve tratar temas como este, não deve ser com a força bruta desse formato. Esse modelo é possível que não sirva”, afirmou, reforçando a tese de que “bandido bom é bandido preso”.

Jerônimo Rodrigues defende unidade entre os governos federal e estadual para fortalecimento das ações contra o crime organizado, mas entende que ainda não há necessidade de apoio da União: “Não há previsão de nenhum pedido de reforço aqui na Bahia, nós damos conta do que nós estamos fazendo. A Secretaria de Segurança Pública está preparada com a inteligência, com a Polícia Civil e Militar, para poder evitar que qualquer tipo de ação repercuta aqui”.