O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), defendeu na terça-feira (14), durante sessão ordinária, que o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), amplie a oferta de restaurantes populares e elimine a cobrança simbólica pelos pratos servidos nas duas unidades administradas pelo governo estadual na capital.
“O Estado deveria fazer o mesmo que o município e não cobrar pelos pratos oferecidos, porque muitas pessoas que tentam se alimentar nesses locais não têm condições de pagar nem R$ 1 ou R$ 2. O Estado também precisa ampliar o número de restaurantes”, disse Muniz.
A declaração ocorre após levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na semana passada, mostrar que a Bahia é o segundo estado do país com maior número absoluto de domicílios em situação de insegurança alimentar, totalizando 2,1 milhões de lares e 5,8 milhões de pessoas afetadas.
Atualmente, Salvador conta com apenas dois restaurantes populares administrados pelo governo estadual, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades).
Localizados nos bairros da Liberdade e Comércio, eles oferecem refeições, em sua maioria preparadas com produtos da agricultura familiar, e fazem parte do Programa Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional.
Redução da fome
Embora a Bahia ocupe a segunda posição em número absoluto de lares em insegurança alimentar, registrou no ano passado o menor índice dos últimos 20 anos, igualando o patamar de 2013, com 37,8% dos domicílios afetados, uma queda de 3,2% em relação a 2023.
A insegurança alimentar atinge principalmente lares chefiados por mulheres, pessoas pardas e com baixa escolaridade. Especialistas alertam que, apesar do progresso, a redução da fome ainda é lenta e desigual.
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