Louos e PDDU

Mudança de legislação urbanística não pode ser feita por achismo, diz promotora de Justiça na Câmara

"Estas alterações de questões urbanísticas não podem ser feitas sem suporte técnico", disse Hortênsia Pinho

Audiência na Câmara de Salvador. Foto: Reginaldo Ipê/CMS
Audiência na Câmara de Salvador. Foto: Reginaldo Ipê/CMS

A Câmara de Salvador realizou, nesta quinta-feira (16), uma audiência pública para discutir os impactos do projeto de lei nº 424/2025, de autoria do prefeito Bruno Reis (UB), no planejamento urbano da capital baiana. O texto tem sido alvo de críticas de ambientalistas, movimentos sociais e de especialistas da área de legislação ambiental.

A promotora de Justiça Hortênsia Pinho participou do evento e pediu aos vereadores que rejeitem a proposta. Ela afirma que o projeto não altera somente a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos), mas também modifica o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).

“Eu quero chamar a atenção que vocês estão alterando o Plano Diretor. Estas alterações de questões urbanísticas não podem ser feitas sem suporte técnico. São assuntos que fogem à nossa formação, não podemos fazer por achismo. ‘Eu acho que o gabarito deve ser de 50 andares ou com quatro’. Não é assim. É preciso um estudo de sombreamento para determinar”, justificou Hortênsia.

O vereador Kiki Bispo (UB), líder do governo na Câmara, afirmou que todos os projetos que tramitam na Casa seguem um rito e pontuou que a matéria em debate visa criar meios “para a vocação natural de Salvador, que é o turismo e serviços”.

“Salvador é uma cidade pobre. Precisamos estar atentos à preservação do meio ambiente, mas também à economia e ao sustento dessa população. Ninguém quer ampliar o gabarito da orla para sombrear a praia, mas pensando em viabilizar o turismo e o serviço da capital”, disse o legislador.

Editado por Aparecido Silva