O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na manhã desta terça-feira (23). Na ocasião, o petista defendeu a soberania nacional, citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e criticou as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil.
Ao mencionar a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, o presidente classificou os réus como “falsos patriotas” e afirmou que o Brasil deu um exemplo da força e permanência da democracia.
“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, disse.
O presidente destacou ainda que o julgamento respeitou o direito à ampla defesa.
“Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. Foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas”, afirmou.
Lula reforçou ainda que “não há justificativa para medidas unilaterais e arbitrárias” e que “a agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”.
Essa é a primeira viagem de Lula aos Estados Unidos desde a posse de Donald Trump, em janeiro, e desde as sanções impostas pelo governo norte-americano como reação ao processo criminal contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).