Nesta terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento da ação que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como réu. Além dele, outras sete pessoas são acusadas de tentativa de golpe de Estado. A expectativa é que o julgamento do núcleo denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) termine no dia 12.
Entre os políticos da Bahia, aliados do ex-presidente classificam o julgamento como uma “ação midiática” e apontam perseguição política. Já os adversários defendem a condenação de Bolsonaro e afirmam que não há espaço para golpe de Estado no Brasil.
O ex-ministro da Cidadania no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, João Roma, que preside o PL na Bahia, disse que o desfecho do caso já é conhecido por todos.
“Condenar um líder político sem evidências, é algemar a democracia. Todos sabemos o desfecho dessa espetacularização midiática, assim como testemunhamos como desenhou-se essa trama vingativa e persecutória, a quem ela serve e a escalada inconstitucional dessas medidas sem respaldo jurídico, designadas por quem deveria, por ordem, proteger o Estado de Direito e promover a justiça de forma isonômica e equilibrada”, disse o ex-deputado federal João Roma em publicação na rede social X.
Além disso, Roma classificou o caso como um “teatro” que abala a imagem e estrutura diplomática do país. “Debilita a nossa segurança jurídica e enfraquece um Brasil tão grandioso como o nosso. Mais do que lamentável, é absurdo”, afirmou.
Já a esposa do dirigente partidário, a deputada federal Roberta Roma (PL), manifestou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Estamos atravessando um momento difícil, de muita perseguição política e ativismo judicial, que culminou no episódio de hoje: um julgamento com muitos questionamentos pairando sob nossas mentes. Mas quero dizer que estamos juntos, presidente Jair Bolsonaro. Que essa travessia seja feita com a cabeça erguida e o coração voltado para sempre defender a nossa nação”, escreveu a congressista.
O outro lado
No campo da esquerda baiana, parlamentares defenderam a condenação do núcleo bolsonarista acusado da tentativa de golpe de Estado.
Assim, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) disse que o julgamento no STF é um “marco histórico”.
“Pela primeira vez na nossa história um presidente da República é chamado a responder ataques à democracia do seu próprio país. Isso mostra que no Brasil não há espaço para golpistas. Ninguém está acima da lei. A democracia vencerá”, externou Alice.
Já a deputada federal e ex-senadora Lídice da Mata (PSB) pregou a defesa da democracia.
“Sou filha de preso político que defendeu a democracia. Depois da ditadura, conquistamos o direito do voto e de definir o futuro da nação. Como constituinte, jurei defender a democracia em nome das futuras gerações e daqueles que perderam a vida e que desapareceram. Sem anistia”, disse a parlamentar.
Os acusados
Neste julgamento, o STF analisa a denúncia da PGR contra o chamado núcleo 1. Integram esse grupo:
- Ex-ministro Anderson Torres (Justiça)
- Ex-ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional)
- Ex-ministro Braga Netto (Casa Civil)
- Ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira (Defesa)
- Ex-comandante da Marinha Almir Garnier
- Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem
- Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid