

O diretor comercial da Serveng, Paulo Twiaschor –também denunciado–, fez doações ao diretório nacional do PMDB. Os valores fariam parte das tratativas relativas ao esquema: R$ 500 mil em 18 de agosto de 2010 e R$ 300 mil em 24 de setembro de 2010, de acordo com autoridades da Lava Jato.
Para a PGR, "o interesse da empreiteira era participar de licitações mais vultosas na Petrobras, o que foi viabilizado a partir do começo de 2010".
Os investigadores apontam um esquema para lavagem de dinheiro da Serveng, mediante operações fracionadas: os valores saíram do diretório nacional do PMDB para o comitê financeiro do PMDB em Alagoas e então para Renan Calheiros.
Renan Calheiros e Aníbal Gomes foram denunciados pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; Paulo Twiaschor foi acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A PGR quer a reparação dos danos materiais no valor mínimo de R$ 800 mil e de R$ 800 mil para os danos causados, equivalente ao valor da propina, além da perda das funções públicas dos parlamentares.
AÇÕES
É a a primeira denuncia contra Renan na Lava Jato. No começo do mês, Renan se tornou réu por peculato, em investigação que trata sobre pagamento de pensão a uma filha com a jornalista Mônica Veloso.
O escândalo, divulgado em 2007, foi um dos fatores que o levaram a renunciar à presidência do Senado na época.
Foi a primeira ação aberta contra o senador, que é investigado em outros sete inquéritos da Lava Jato, além de um na Operação Zelotes, um sobre a usina de Belo Monte e outro sobre movimentações suspeitas no valor de R$ 5,7 milhões em suas contas bancárias.
Na semana passada, Renan, já réu, foi afastado da presidência do Senado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello.
Em reação, o senador se recusou a receber a ordem judicial que o obrigaria a cumprir a decisão. No dia seguinte, o plenário do Supremo o manteve no cargo por seis votos a três.
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