A deputada federal Roberta Roma (PL-BA) enviou um ofício ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitando a investigação de um episódio de violência ocorrido durante uma manifestação indígena no extremo sul da Bahia. Segundo a parlamentar, uma caminhoneira identificada como Elaine Tschaen foi vítima de agressões físicas e morais enquanto trabalhava.
De acordo com o documento, o caminhão conduzido por Elaine foi interceptado por manifestantes, que teriam danificado o veículo, além de ameaçar, constranger e agredir a motorista.
Roberta Roma afirmou ao Ministério Público que reconhece o direito constitucional à livre manifestação, mas ponderou que “é inaceitável que tais atos extrapolem os limites da legalidade”.
“O Estado deve assegurar a ordem, a civilidade e o respeito mútuo entre as partes envolvidas, mesmo em contextos de tensão social. A liberdade de expressão não pode servir de escudo para práticas violentas”, afirmou a parlamentar no documento.
Além de pedir que o MP-BA investigue o caso, Roberta solicitou a adoção de medidas para proteger a vítima e evitar a repetição de episódios semelhantes.
Entenda o caso
Indígenas da Aldeia Trevo do Parque, em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, realizaram um protesto na BR-101 na segunda-feira (7). A manifestação pedia a libertação do cacique Suruí Pataxó, preso na semana passada com um arsenal de armas, e terminou com a agressão da caminhoneira Elaine Tschaen.
Natural do Espírito Santo, Elaine relatou que havia feito uma entrega em Eunápolis e, ao tentar deixar a cidade, acabou presa no congestionamento provocado pelo bloqueio da BR-101.
Quando tentou passar por uma barreira improvisada montada pelos manifestantes, foi abordada por um grupo que, segundo ela, tomou o controle do caminhão, destruiu seus pertences e a submeteu a agressões e ameaças.