O ex-governador da Bahia e ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), criticou nesta segunda-feira (8) o uso da bandeira dos Estados Unidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em atos pró-anistia realizados no 7 de Setembro, feriado da Independência do Brasil.
O símbolo norte-americano foi exibido em diversas cidades, inclusive em Salvador, mas o que mais chamou atenção foi um grande bandeirão estendido na Avenida Paulista, em São Paulo.
Para Rui, o gesto é contraditório diante das sanções impostas por Donald Trump a autoridades brasileiras e da sobretaxa de 50% sobre produtos nacionais.
“Nossa bandeira é a do Brasil. Nunca vi, na história da humanidade, políticos que, no dia da independência de um país, erguessem a bandeira de outra nação, justamente uma que tentou destruir empregos, empresas e a economia do Brasil. Nunca vi nada parecido”, afirmou.
Sem citar nomes, Rui também criticou Bolsonaro e aliados por usarem a bandeira brasileira em defesa de “interesses próprios e causas que não representam a maioria da população”.
“Este 7 de Setembro deixou claro de que lado cada um está. Foi um dia para reafirmarmos a soberania do Brasil, independente desde 1822. Não vamos parar na defesa da nossa nação e da autodeterminação do povo brasileiro”, concluiu o ministro.
Manifestações
No feriado da Independência, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em diversas cidades para pedir anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e por crimes contra a democracia.
Com o lema “Reaja, Brasil: o medo acabou”, as manifestações incluíram ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, não participou de nenhum ato.
Já movimentos e partidos de esquerda realizaram atos contrários à anistia e em defesa da soberania nacional. A mobilização foi convocada em resposta às manifestações bolsonaristas e integrou a 31ª edição do Grito dos Excluídos, realizada todos os anos no 7 de Setembro.