Entre reuniões e recebimentos no Vaticano, o Papa Francisco – falecido na segunda-feira (21), aos 88 anos – teve encontros com diversas autoridades brasileiras ao longo dos 12 anos de pontificado.
Neste período, o Brasil teve quatro presidentes: Dilma Rousseff (2013-2016), Michel Temer (2016-2018), Jair Bolsonaro (2019-2022) e Lula (2023-). E foi apenas com um deles o então líder da Igreja Católica não chegou a se encontrar ou ter reuniões.
Lula se reuniu com o papa Francisco por algumas vezes. Em 2020, antes de ser candidato ao terceiro mandato como presidente, Lula e Francisco abordaram temas como fome, desigualdade social e intolerância na conversa com o pontífice.
Em 2023, já como presidente, Lula se reuniu com o papa ao lado da primeira-dama, Janja da Silva. Eles discutiram temas como a guerra na Ucrânia, mudanças climáticas e combate à fome. No ano seguinte, os dois voltaram a se reunir durante visita de Lula à Itália para a cúpula do G7.
Dilma foi primeira chefe de Estado recebida pelo papa Francisco em 2013
A ex-presidente Dilma Rousseff teve alguns encontros significativos com o papa Francisco durante seu mandato e após sua saída da Presidência da República.
O primeiro encontro ocorreu logo após a missa inaugural do pontífice em 2013, quando Dilma foi a primeira chefe de Estado a ser recebida pelo papa Francisco após a cerimônia que deu início ao pontificado. Ainda em 2013, eles se encontraram novamente durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada no Rio de Janeiro.
Temer teve encontro com Pontífice em canonização no Vaticano
Em abril de 2014, Michel Temer, então vice-presidente, representou o Brasil na missa de canonização do Padre José de Anchieta, dirigida pelo papa Francisco no Vaticano.
Outro encontro importante encontro foi no ano anterior, durante a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro em julho de 2013. Temer participou das atividades ao lado do pontífice, que visitou o Brasil para o evento.
Jair Bolsonaro teve relação distante
Dos quatro mandatários que o país teve no período, o único que não teve encontro ou reunião com o mandatário foi Jair Bolsonaro (PL). Com divergências em temas ambientais e sociais, o liberal tinha opiniões e políticas divergentes das mensagens públicas do papa Francisco.
Em um desses contrastes, Bolsonaro respondeu a uma mensagem do Pontífice que pedia a união do mundo em torno da preservação da Amazônia e os direitos das pessoas que vivem na região. Em resposta, o ex-chefe do Executivo federal afirmou que a Amazônia pertence ao Brasil e disse que o papa não tem conhecimento sobre a realidade da região.
Em 2021, o ex-presidente foi à Roma para participar da cúpula do G20, mas não se reuniu com o papa Francisco – que recebeu a visita de outros chefes de Estado como o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.